Lov.e: Mulher apaixonada
Unindo ações sociais e balada, Flavia Ceccato é o nome forte por trás do sucesso do clube Lov.e
Bruna Monteiro de Barros
Na entrada da casa, um painel rosa com dois cisnes se beijando, formando um coração. Só podia ser a casa da empresária Flavia Ceccato. Em sua extensa coleção de corações, um pulsa mais forte: o Lov.e, de São Paulo, um dos clubes mais queridos do país. Ao completar cinco anos, em junho passado, o “clubinho do coração”, slogan que ela criou, atingiu um patamar importante num negócio efêmero: tem no line-up bons DJs, qualidade de som e bons serviços todos os dias. A empresária vai ao clube, na Vila Olímpia, seis dias por semana. À tarde e à noite. “O olho do dono engorda o gado”, explica. De dia, Flavinha cuida da parte artística da casa. As tarefas administrativas ficam a cargo de seu pai, Carlos. Ex-estilista da Zoomp/Zapping, a empresária montou o Lov.e com o então marido, Angelo Leuzzi, que hoje comanda o Mood. O nome foi tirado de uma das tatuagens de Flavia: ela tem a palavra “love” tatuada na mão direita.
Após a separação de Leuzzi, o clube ficou com ela. Agora, Flavia investe em projetos de cidadania. “O Lov.e sempre teve um pé no social, cobrando como entrada alimentos e agasalho. Mas decidi que precisávamos fazer mais.” O resultado é o Lov.e por São Paulo, projeto em parceria com a prefeitura da cidade, que promove workshops com DJs do clube seguidos de uma festa gratuita para jovens da periferia. Neste semestre, também começa a funcionar a escola de DJs do Lov.e, que terá 50% das vagas destinadas a jovens de baixa renda. Flavia já foi da balada. Hoje, perto dos 32 anos, diz que não tem mais tanto pique. “Minha grande diversão é curtir minha casa, pois meu trabalho é sair, é música, é confusão, é gente bêbada”, diz. “Quero sossego.”