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No Oscar 2017, homens continuam sendo maioria

Fora das categorias de atuação, mulheres representam apenas 20% dos indicados

Por Jessica Soares
Atualizado em 23 out 2020, 11h54 - Publicado em 8 fev 2017, 12h08

No dia 26 de fevereiro, quando começar a cerimônia do Oscar 2017, uma aposta parece certa: homens serão maioria na lista de vencedores do Prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O palpite em nada tem a ver com competência, mas sim com oportunidades – ou, mais especificamente, com a falta delas para mulheres que trabalham na indústria do cinema.

Segundo análise do Women’s Media Center, organização sem fins lucrativos fundada pela atriz Jane Fonda, a escritora Robin Morgan e a ativista Gloria Steinem com o objetivo de aumentar a representação e as oportunidades para mulheres na mídia, neste ano, 80% dos indicados em 19 categorias do Oscar (não incluindo aí as de atuação) são homens. O número de mulheres indicadas à estatueta de ouro diminuiu dois pontos percentuais em relação ao ano passado, mas a verdade é que a Academia não tem um bom histórico na questão – de 2005 a 2016, as mulheres representaram apenas 19% de todas as indicações ao Oscar, segundo o grupo.

Neste ano, não há mulheres indicadas ao prêmio de Melhor Direção, e apenas uma roteirista (Allison Schroeder, pela co-autoria de Estrelas Além do Tempo) aparece entre os indicados na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Mais que isso, algumas das principais categorias, como direção de fotografia e roteiro original, não contam com nenhuma profissional indicada.

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Os números são um reflexo direto da falta de oportunidades para mulheres na indústria. Como falamos por aqui, em 2016, o número de mulheres diretoras, produtoras, produtoras executivas, montadoras e diretoras de fotografia que integram as equipes dos filmes de maior bilheteria de Hollywood diminuiu, segundo o relatório anual do Center for the Study of Women in Television and Film, da Universidade Estadual de San Diego (EUA). Segundo o documento The Celluloid Ceiling, no ano passado, mulheres somaram apenas 17% das 3.212 pessoas empregadas atrás das câmeras nos 250 filmes de maior bilheteria em solo americano – diminuição de dois pontos percentuais em relação a 2015.

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“Está claro que mulheres não conseguem passar da porta e, se mulheres não conseguem entrar na indústria, elas não conseguem ser reconhecidas – e premiadas – pela excelência e impacto de seus trabalhos”, afirmou à Variety a presidente do Women’s Media Center, Julie Burton – uma realidade que é ainda mais dura para mulheres que não são brancas e que tentam encontrar espaço na indústria cinematográfica. Ecoando as palavras ditas por Viola Davis ao receber o prêmio de melhor atriz no Emmy 2015 (e se tornar a primeira mulher negra a ser reconhecida nos 67 anos da premiação), “a única coisa que separa mulheres de cor de todas as outras pessoas é oportunidade”, afirmou Julie.

Apesar dos números, há também razões (e mulheres notáveis) para celebrar em 2017: nove mulheres receberam indicações por seu trabalho como produtoras na categoria de Melhor Filme; A 13ª Emenda, filme de Ava DuVernay (primeira diretora negra a ser nomeada ao Globo de Ouro) que lança um olhar sobre o encarceramento em massa de afro-americanos, foi indicado a Melhor Documentário; Mica Levi é a primeira mulher, em 16 anos, a ser indicada ao prêmio de Melhor Trilha Sonora Original, por Jackie; e Joni McMillan é a primeira mulher negra a ser indicada ao prêmio de Melhor Montagem por seu trabalho em Moonlight: Sob a Luz do Luar.

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Além disso, houve progresso, pelo menos neste ano, no que diz respeito à diversidade racial. Após ser alvo de críticas pela falta de profissionais negros e negras entre os indicados nos últimos dois anos, em 2017, sete dos 20 indicados às categorias de atuação não são brancos – número que se iguala ao “recorde” estabelecido em 2007. Além disso, filmes como Moonlight, Estrelas além do tempo e Uma distância entre nós lidam diretamente com a temática racial.

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