Texto Eduardo Nasi
Rola por aí um papo de que grafite é arte. E que a pichação – ou “pixo” mesmo – é lixo. Puro lixo. Dizem até que o governo deveria fazer um esforço para converter pichadores em grafiteiros. Só não contam que a pichação também é uma manifestação urbana autêntica, que tem um código próprio – geralmente indecifrável para quem está de fora. Tem regras: por exemplo, não pega bem pichar em cima da pichação alheia. O grafite também é respeitado, porque não é porque as linguagens são diferentes que os artistas urbanos vão brigar entre si. Mal comparando com as artes tradicionais, grafite é imagem, pixo é texto. E este ano ambos dividiram as paredes da célebre Fundação Cartier, em Paris, que organizou uma grande mostra de arte urbana. E aí, é ou não?