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Pixar, Disney e outras são acusadas de lesar animadores; estúdio faz acordo

Maiores estúdios de animação estão sendo processados pelos próprios funcionários

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 10h13 - Publicado em 4 abr 2016, 15h30

Pixar lesa funcionarios

Faça de conta que você é um animador dos estúdios Pixar. Deve ser legal, não? Mas nem tudo é divertido na vida deles. Um grupo de artistas está processando os maiores estúdios de animação do mundo. Motivo: os estúdios teriam feito um acordo secreto para prejudicar seus funcionários, evitando que eles recebessem ofertas de emprego e maiores salários. Entre os estúdios acusados, estão a DreamWorks Animation, a Sony, a Pixar, a LucasFilm, a Disney e o Blue Sky Studios.

Na semana passada, o Blue Sky Studios – responsável por Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme – foi o primeiro estúdio a ceder, propondo um acordo. Ofereceu US$ 5,9 milhões aos funcionários, 25% do que os advogados dos animadores estavam pedindo. Não é muito. Mas, no acordo, o estúdio disse que irá cooperar com as autoridades no processo – o que deve jogar lenha na fogueira do caso. 

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As companhias em questão estão sendo processadas por formação de truste, uma forma ilegal de monopólio. Em uma situação normal, as companhias competem por funcionários, oferecendo salários maiores. Nos estúdios de animação, não era assim. Os funcionários dizem que as empresas mantinham acordos secretos, pelos quais se comprometiam a não contratar os empregados umas das outras. Por conta disso, ninguém recebia novas propostas de trabalho – e os salários não aumentavam. 

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Mas essa história começou há muito tempo, e tem a ver não só com as companhias de animação, mas também com uma parte importante da indústria da tecnologia. No começo de 2009, a Divisão Antitruste do Departamento de Justiça dos EUA começou a investigar as contratações de várias empresas do Vale do Silício, como Google, Apple, Intel e Adobe. A investigação também incluiu a Pixar, que havia sido comprada pela Apple, e a Lucasfilm – e foi aí que os acordos dos estúdios de animação começaram a ser descobertos.

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O processo se arrastou por anos, até abril de 2014, quando as empresas envolvidas tiveram de pagar centenas de milhões de dólares em multas. Mas o caso não parou aí, porque os animadores ficaram sabendo do esquema. E eles queriam compensação pelos anos de salários congelados.

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Em setembro de 2014, três profissionais da área abriram o processo que continua até hoje: Robert Nitsch (artista de efeitos de animação que trabalhou na DreamWorks até 2011), Georgia Cano (iluminadora da Rhythm & Hues até 2009) e David Wentworth (supervisor de gráficos da ImageMovers Digital). Desde então, os estúdios se recusavam a cooperar. Não é para menos: um dos líderes do esquema é Ed Catmull, atual presidente da Disney e da Pixar. São peixes grandes no mundo da animação. Mas os animadores têm como provas uma série de e-mails trocados pelos presidentes dos estúdios, nos quais os acordos são citados inúmeras vezes. Só esse material já é o suficiente para levar o caso ao tribunal, e é esse o objetivo dos artistas. Agora, é esperar para saber qual o próximo capítulo dessa história.

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