Playlist: 5 coisas para ler, ver e jogar em março
A matemática da pirâmide de Quéops, o começo da perseguição nazista aos judeus, a realidade brutal da vida no mar, o game que a Microsoft comprou mas não levou - e um lado sinistro da Boeing
Um lado sinistro da Boeing
A fusão da empresa com a McDonnell Douglas, em 1997, corrompeu a cultura interna da Boeing – que passou a colocar o lucro acima da qualidade técnica dos aviões e saiu cortando custos de forma irresponsável, demitiu funcionários que apontavam problemas de segurança, enganou companhias aéreas e ignorou um alerta gravíssimo da agência reguladora FAA – que previu a ocorrência de 15 acidentes fatais com o 737 Max.
Queda Livre (Downfall). Disponível no Netflix.
Pagou mas não levou
A Microsoft comprou a produtora de games Bethesda, criadora das séries Doom, Wolfenstein e Fallout, por US$ 7,5 bilhões. Mas Ghostwire Tokyo, novo título desse estúdio, foi direto para as mãos do inimigo – nos consoles, só está sendo lançado para o PlayStation 5 (nada de Xbox). É que a Bethesda tinha um contrato dando à Sony exclusividade sobre o jogo – que se passa em uma Tóquio deserta, atingida por um fenômeno paranormal.
Ghostwire Tokyo. Lançamento dia 25/3, para PS5 e PC. US$ 60.
A realidade oculta dos números
A pirâmide de Quéops tem 2 milhões de pedras, que pesam 6,7 milhões de toneladas. Erguê-las consumiu 2,4 trilhões de joules de energia. Cada operário, trabalhando dez horas por dia, colocou aproximadamente 440 mil joules de esforço por dia na pirâmide. Então ela foi feita por 900 pessoas em um ano; não as 80 mil que historiadores especulam. Neste livro, o tcheco Vaclav Smil faz contas interessantes e reveladoras como essa sobre diversos temas – do suor dos cavalos à energia nuclear.
O início da perseguição nazista
Em agosto de 1933, com o governo alemão aumentando suas ações antissemitas, a Federação Sionista da Alemanha negociou uma saída: ajudaria judeus a emigrar para a Palestina, então controlada pelo Reino Unido, sem que eles perdessem totalmente seus bens. Neste livro, o historiador Edwin Black (autor de A IBM e o Holocausto) conta os bastidores do tratado – que salvou 60 mil vidas. (BG
Haavara: o Acordo de Transferência. R$ 126.
“Foi a ganância, e não a água, que afundou o Oyang 70. O navio havia tentado engolir peixes demais”,
escreve o jornalista americano Ian Urbina neste livro em que narra seus três anos no mar: foram 22 mil km navegados nos oceanos, a parte menos policiada do planeta, investigando conflitos armados, contrabando de armas e pessoas, pesca ilegal, naufrágios e tempestades brutais.