Clarissa Passos Garcia
Embalados por canções-tema grudentas e efeitos especiais de qualidade duvidosa, uma nova leva de heróis japoneses invadiu as telas brazucas a partir da década de 80. A fórmula era velha conhecida dos fãs do gênero: defensores protegem a Terra de ameaças malignas, contando com poderes especiais e armas de última geração – e todo mundo espera pelas coreografadas trocas de socos, golpes e pontapés entre mocinhos e bandidos. Entre sentais (séries estreladas por esquadrões de mocinhos) e tokusatsus (denominação genérica para aquelas que contavam com um só herói), alguns zíperes continuavam aparecendo nas fantasias. Ainda assim, toda uma geração de espectadores não era capaz de desgrudar os olhos da TV quando surgiam, reluzentes e equipadas, essas imbatíveis figuras.
Lion Man
Exibido no Japão de 1973 a 1974 e, no Brasil, na virada dos anos 80 para os 90, o programa conta a saga de um guerreiro capaz de se transformar em leão. Os efeitos toscos não empolgaram os espectadores brasileiros
A missão: Vingar a morte de seu irmão, assassinado pelos membros de um clã de vilões liderado por Mantor, uma enorme cabeça de pedra
Não se pode fazer tudo sozinho…: Lion tinha a ajuda de Jaguar, um ex-inimigo que virou amigo
É inesquecível: A cabeça de pelúcia da fantasia do herói, quando Leão, foi marcante
Changeman
Colega de estréia de Jaspion, o Esquadrão Relâmpago tinha cinco heróis inspirados pelos poderes de entidades mitológicas: Phoenix, Mermaid, Dragon, Pegasus e Griphon
A missão: Derrotar o império Gozma, defendido pelos soldados Hidler – gente vestida com malha azul e uma exótica peruca de cachos amarelos
Não se pode fazer tudo sozinho…: A Power Bazuca, montada e disparada em meio a uma exagerada coreografia, detonava os monstrengos mais difíceis
É inesquecível: A atrapalhada criatura Gyodâi, capaz de agigantar os monstros derrotados. Assim começava uma nova batalha, dessa vez entre gigantes – típico mote dessas séries
Spectreman
Produzido entre 1971 e 1972, a série tinha um guardião espacial que assumia a identidade do jovem Kenji
A missão: Lutar contra a tentativa do Dr. Gori e seu capanga, Karas, de dominar Tóquio por meio da poluição
Não se pode fazer tudo sozinho…: Os Dominantes do Espaço sempre davam conselhos na hora do aperto
É inesquecível: O vilão Dr. Gori roubava a cena. Também, como passar despercebido quando se é um gorila com peruca loira?
Flashman
A série sobre cinco jovens raptados de suas famílias terráqueas para serem cobaias de experiências alienígenas chegou ao Brasil em 1989
A missão: Encontrar seus pais e defender o mundo do ataque de LaDeus – chefão do seqüestro
Não se pode fazer tudo sozinho…: Mag, escudeira do grupo, é uma robô pra lá de atrapalhada
É inesquecível: Flash King era o primeiro robô a ser usado; derrotado, dava lugar ao Titan Boy. Se falhasse, juntavam os dois e criavam o Great Titan. Mas por que não faziam isso desde o começo?
Jaspion
Misturando profecias religiosas e aventuras espaciais, ele apareceu por aqui em 1986, um ano depois do Japão. Seu nome original é Juspion – uma junção de Justice Champion (Campeão da Justiça)
A missão: Vencer a ameaça satânica personificada pelo robozão Satã Goss e por seu aliado Mac Garen
Não se pode fazer tudo sozinho…: Para ajudá-lo, Jaspion tinha o Gigante Guerreiro Daileon, robô bem na medida para encarar Satã Goss
É inesquecível: A frase “Satã Goss tem o poder de enfurecer os seres e transformá-los em monstros incontroláveis”
Jiraiya
A história das famílias de ninjas que se digladiavam pela posse de um mapa – com a localização de um tesouro alienígena guardado na Terra – fez mais sucesso aqui, onde estreou em 1988, do que no Japão
A missão: Impedir o mapa de cair em mãos erradas, o que incluía os integrantes da Família de Feiticeiros
Não se pode fazer tudo sozinho…: A família do mocinho dava uma força. O papel do pai de Jiraiya, Tetsuzan, foi feito por um ninja real
É inesquecível: A Armadura e a Espada Olímpicas do herói. A denominação esportiva ficou por conta dos tradutores brasileiros e não existia na versão original