Ciência com bom humor
Viva o brontossauro – Reflexões sobre Hlstórla Natural – Stephen Jay Gould, Companhia das Letras, São Paulo, 1992
Com muito bom humor e texto leve, ele se vale de histórias prosaicas para introduzir o leitor em complexas questões científicas. Um engraçado exemplo está no primeiro artigo do livro, hilário já no título (“A nádega esquerda de George Canning e a evolução das espécies”), que trata da teoria evolucionista de Charles Darwin. Para chegar a ela, Gould começa dizendo que entre Darwin e Abraham Lincoln houve algo em comum: o fato de terem nascido no dia 12 de fevereiro de 1809. Nesse mesmo ano, o sr. Canning, um alto funcionário britânico, teve a nádega esquerda ferida a bala num duelo. A partir daí, o autor conta a história de Canning e seu rival no duelo, Castlereagh. Este tinha uma irmã, que era mãe de Robert FitzRoy,o comandante do navio Beagle. Aqui, chegamos ao personagem principal, Darwin, que embarcou no navio como convidado de FitzRoy.
Caminho solitário
O mundo e a obra de Melanle Kleln, Phy/lis Grosskurth, Imago, Rio de Janeiro, 1992
Bonita e enigmática, a judia austríaca Melanie Klein (1882-1960) começou a dedicar-se à Psicanálise a partir da leitura do livro de Sigmund Freud, Sobre os sonhos. Apaixonou-se pela idéia do inconsciente e foi fundo nesse estudo, terminando por entrar em choque com o próprio Freud. Por ousar trilhar seu próprio caminho de investigação, Melanie acabou reunindo, ao longo de sua vida e mesmo depois de morta, numerosos inimigos que se encarregaram de caluniá-la, criticá-la e de espalhar fofocas a seu respeito. Nada disso escapou à pesquisa de Phyllis Grosskurth – professora de Pensamento Psicanalítico na Universidade de Toronto, Canadá – para escrever a esclarecedora biografia de Melanie Klein. Phyllis também é autora de biografia da célebre antropóloga Margaret Mead.
Entre céu e gelo
Paratii – Entre dois pólos, Amyr K/ink, Companhia das Letras, São Paulo, 1992
Depois de passar quase um ano entre os gelos antárticos da Baía Dorian, para onde partira no último dia de 1989, o navegador Amyr Klink apontou o veleiro Paratii rumo ao Pólo Norte. Foram 22 meses de mar, de uma ponta a outra do planeta, contados por Amyr no livro como um diário dessa aventura solitária. A narrativa informal e emocionante dá a quem lê a sensação de também enfrentar ondas, tempestades e a beleza do gelo.
ABC do judaísmo
Dicionário Judaico de lendas e tradições, Alan Unterman, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1992
Rituais como o bar mitzvah (ocasião em que o menino passa a ser considerado um adulto) e personagens como Aarão, o sumo sacerdote israelita, irmão de Moisés e de Miriam, são apenas dois exemplos da tradição religiosa judaica que compõem esse interessante dicionário. Além de verbetes, o autor, rabino que leciona Religião Comparada na Universidade de Manchester, Inglaterra, incluiu belas e variadas ilustrações, coisa rara em publicações desse gênero. Quem se interessa pelas lendas e tradições, base da religião e cultura judaica, não deixará de conferir.