Cíntia Cristina da Silva
A guerra de Tróia acabou. Vitoriosos, os gregos retornam para casa e Agamêmnon, rei de Argos, busca os braços da amada, Clitemnestra. Em casa, é recebido com honras de herói. Mas alegria de rei também dura pouco e ele é assassinado pela amada e o amante dela, Egisto. Agamênon não era inocente. Durante a guerra, uma calmaria atrapalhara o avanço de sua esquadra. E ele não hesitou no sacrifício da filha Ifigênia para obter bons ventos. Clitemnestra, portanto, fez o marido provar do próprio veneno. Escrita por Ésquilo, Orestéia é considerada um dos documentos literários mais relevantes da Antiguidade por tratar das relações de poder e justiça nas cidades gregas. Encenada pela primeira vez em 558 a.C., acaba de ganhar tradução direto do grego para o português. A edição, em versão bilíngüe, é caprichada e traz ensaios sobre a trilogia.
• O ateniense Ésquilo lutou na Batalha de Maratona (490 a.C.), em que os gregos derrotaram os persas. A experiência está relatada no drama Os Persas.
• Mais de 90 peças foram assinadas por Ésquilo. Desse trabalho gigante, apenas sete existem até hoje. E Orestéia é a única trilogia completa.
• “Pai do Teatro”, como costuma ser chamado, Ésquilo serviu de referência para grandes dramaturgos do seu tempo. Uma das características mais importantes da Orestéia é apresentar três pontos de vista distintos: o dos deuses, o dos heróis e o dos cidadãos de Argos.
• Uma morte bizarra é atribuída ao dramaturgo (525-444 a.C.). Reza a lenda que ele teria morrido quando um urubu soltou uma tartaruga em sua careca. Ao que tudo indica, a causa mortis não passa de história inventada por algum desafeto.
ORESTÉIA
Ésquilo
Iluminuras, 544 páginas, R$ 80