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TV Pirata

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 31 jan 2005, 22h00

Clarissa Passos Garcia

Em 1988, um bando de piratas invadiu a televisão brasileira. Carregados até os dentes de humor debochado, paródias e escrachos, eles tomaram de assalto as noites de terça-feira e redefiniram o conceito de humorístico televisivo. Entrava no ar a TV Pirata, atração que duraria até 1990, reestreando para um “chorinho” em 1992.

Para o público acostumado aos tradicionais programas de humor com estereótipos batidos e comédia pastelão, foi um tapa na cara. E a maioria gostou. O pioneirismo da TV Pirata rendeu filhos diretos, como a criação do Casseta & Planeta. Se você ainda chupava chupeta quando essa trupe anarquizava a tela e quer entender, afinal, por que diabos se fala tanto do acontecimento, este é o lugar. Para os sortudos que acompanharam o fenômeno – cristalizado com a sacada de sair do ar antes do desgaste da fórmula – é hora de engrossar o coro das sete razões que fizeram da TV Pirata um programa inesquecível.

1. Uma abertura anárquica

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Uma trupe de piratas invade uma emissora de TV. Perturbam a ordem, atropelam funcionários e, por fim, conquistam a ilha de edição, onde inserem uma fita e botam seu programa no ar. Na tela, o logo da TV Pirata – e a certeza de boas gargalhadas pela próxima hora

A imagem que ficou: Um pirata aperta o botão “Play” com sua mão de gancho. Em seguida, a tela chuvisca e começa a atração

2. A TV macho

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Resposta ao TV Mulher, programa feminino exibido nos anos 80, era apresentada por Guilherme Karan. Na pele do troglodita Zeca Bordoada, ele usava camisa aberta no peito e mascava palito de dente

A imagem que ficou: Zeca fazia a barba com serra elétrica e recebia convidados como o costureiro que pregava que homem que é homem não usa “tecido”, mas “pano”. Famoso, o personagem virou até garoto-propaganda de uma marca de panelas. De pressão, é claro

3. Um time daqui, ó

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A equipe reunia nomes de talento. Gente como Luiz Fernando Guimarães, Ney Latorraca, Marco Nanini, Guilherme Karan e Diogo Vilela encenava piadas criadas por Luis Fernando Verissimo, Bussunda e Laerte, entre outros. Tudo sob a batuta de Guel Arraes, que já havia dirigido Armação Ilimitada. Sacou o nível?

4. Paródias impagáveis

Uma das razões de ser da TV Pirata era esculhambar a programação televisiva. Nem a Globo, que veiculava a série, era poupada. O extinto A Palavra É Sua virou A Palavra É Minha, Ninguém Tasca, Eu Vi Primeiro; Sessão da Tarde descambou para a faixa Recessão da Tarde (com filmes como Apertem os Cintos, o Salário Sumiu). A sisuda novela Roda de Fogo transformou-se na hilária Fogo no Rabo

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A imagem que ficou: A abertura de Fogo no Rabo mostrava uma mulher batendo a cinza do cigarro num pobre gato animado. Com o rabo em chamas, o felino dava um salto e disparava a música

5. O Barbosa

Ney Latorraca encarnou o personagem pela primeira vez em Fogo no Rabo. O velhinho só era capaz de repetir o próprio nome ou a última palavra das frases que lhe eram ditas. Fez tanto sucesso que migrou para outros quadros e ganhou o próprio talk show: Barbosa Nove e Meia

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A imagem que ficou: Barbosa cresceu tanto que foi preciso matá-lo. Na esteira do mistério “Quem matou Odete Roitman?”, a TV Pirata encenou o assassinato e lançou a pergunta “Quem matou Barbosa?”. A resposta? O próprio Ney Latorraca, cansado de interpretar o velhote

6. A Tonhão

Cláudia Raia deixou de lado a pose de femme fatale para viver uma presidiária. A personagem tinha a meiga alcunha de Tonhão. De botinas, colete e touca na cabeça, ela mandava na cadeia no seriado As Presidiárias

A imagem que ficou: Como se não bastasse toda a falta de glamour do seu vestuário, Cláudia ainda aparecia com o rosto sujo e olheiras de dar medo. Cruzes!

7. Um punhado de personagens clássicos

O Casal Telejornal, vivido por Luiz Fernando Guimarães e Regina Casé, apresentava o noticiário na cozinha de casa. Ainda no jornalismo, Débora Bloch fazia Melissa Grendene, repórter com nome e sobrenome de sandália. Luiz Fernando também era o índio Cléverson na paródia novelesca Rala Rala. Em Fogo no Rabo o vilão Reginaldo (aquele que era “tão bom para mim”) contava com a ajudado seu capanga Agronopolos, uma figura bizarra vivida por Guilherme Karan

A imagem que ficou: Como o índio Cléverson, Luiz cunhou o bordão “engraçado pra caramba” e queria escrever o romance Enterrem Minha Mandioca na Curva do Rio

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