Um livro de bolso para a guerra do dia a dia
O tratado de estratégia militar escrito em 500 a.C. que se tornou uma bíblia do mundo corporativo
Livro: A Arte da Guerra
Autor: Sun Tzu
Ano: Por volta de 500 a.C.
Por que ler? Mesmo que você não tenha um grande império, pode se dar bem no escritório.
Você já ouviu algo como “a vitória suprema é derrotar o inimigo sem usar as armas” ou “o verdadeiro objetivo da guerra é a paz” ou ainda “triunfam os que sabem a hora certa de lutar”? Pois bem, essas e centenas de outras máximas do tipo saíram de A Arte da Guerra. É a mais notável obra sobre estratégia da humanidade. Um compilado de ensinamentos sobre liderança e planos táticos que há séculos guia decisões militares e que transcendeu terrenos beligerantes para orientar executivos, palestrantes, esportistas e participantes de reality shows em suas batalhas particulares, tornando o livro também um clássico de autoajuda.
O tratado foi escrito por volta de 500 a.C. pelo filósofo e estrategista militar Sun Tzu, um general que liderou tropas do reino de Wu em inúmeras batalhas nos longos anos em que sete povos vizinhos guerrearam por terras férteis no sudeste chinês. As lições aprendidas no comando do exército foram reunidas como alguns mandamentos capazes de garantir a vitória daqueles que seguirem o manual à risca. Daí em diante, nenhum chefe militar se atreveu a ignorar os ensinamentos, motivo pelo qual a obra perdurou pelos séculos. Difundido por novos territórios asiáticos, o livro só chegou ao Ocidente em 1772, traduzido para o francês pelo padre jesuíta Jean Joseph Marie Amiot. Nos primeiros anos do século 20, foram publicadas as primeiras versões em inglês, melhoradas nas décadas seguintes, muitas delas incluindo análises feitas por comentaristas chineses de diferentes épocas. A tradução pioneira no Brasil é bem recente, de 1995.
Se A Arte da Guerra é influente, prestigiada e imprescindível nos redutos militares, nos países ocidentais o livro virou best-seller quando leitores perceberam que as estratégias de combate servem também para guiar decisões na penosa e competitiva peleja capitalista. Colabora para o retumbante êxito o fato da escrita de Sun Tzu ser de fácil compreensão, com frases curtas e assertivas. Se seguir todas as lições do tratado chinês é garantia de vitória, na derrota está a certeza de que algo não foi cumprido. A Arte da Guerra é um manual de autoconhecimento, que ensina a identificar as próprias limitações e a valorizar as qualidades. É também um guia de modéstia, que prega estudo e respeito aos adversários. Com o livro, as batalhas – figuradas ou não – tendem a ficar mais fáceis. Leia imediatamente e evite ser surpreendido por um colega de trabalho ambicioso e cheio de táticas para subir na carreira – ou por aquele amigo metido a sábio que resolver apontar seus pontos fracos.