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Vimos o filme interativo de Black Mirror – e por que você deveria fazer o mesmo

Com mais de cinco horas de duração e múltiplos finais, "Bandersnach", que estreou nesta sexta (28), permite que você decida os rumos da história

Por Rafael Battaglia
28 dez 2018, 21h28

Quando a Netflix anunciou, em outubro, um especial interativo de Black Mirror com cinco horas de duração, teve gente que torceu o nariz. Alguns ficaram curiosos, e outros até lembraram de Você Decide, programa da Globo dos anos 1990 no qual os espectadores decidiam, por telefone, o desfecho de cada episódio. Mas “Bandersnatch”, que estreou nesta sexta (28), supera todas as expectativas criadas.

A história se passa em 1984 e gira em torno de Stefan (Fionn Whitehead), um jovem programador que está em busca de emplacar um jogo chamado “Bandersnatch”. Baseado em um livro homônimo, o jogo é uma história interativa, assim como a obra literária que enlouqueceu o seu criador, o escritor fictício Jerome F. Davies.

O festival de metalinguagem não para por aí. Assim como o autor do romance que inspirou o jogo, Stefan também é um atormentado. O filme fala a todo momento sobre conceitos como decisão, destino e livre-arbítrio.

Interatividade

Logo de início, a produção foge completamente do trivial. Esqueça aquela barrinha de progresso de tempo, que te permite voltar e avançar no filme. A proposta de “Bandersnatch” é outra – como a história é construída conforme a decisão do usuário, não tem como determinar os rumos que ela vai tomar. Em outras palavras: é preciso assistir a tudo para saber o(s) final(is).

A participação do usuário acontece a todo momento – na minha experiência, em pouco mais de duas horas, foram mais de vinte. Em determinados momentos, duas opções aparecem na tela, e você tem alguns segundos para decidir como a história vai continuar. São desde decisões simples, como escolher o cereal que o protagonista vai tomar, até as mais sérias, com consequências diretas para a trama. É como jogar The Sims ou um RPG com um filme de orçamento milionário em mãos.

Por conta disso, a duração do especial varia. No serviço de streaming, ela está estimada em 90 minutos, mas ao todo há 312 minutos. Isso mesmo: mais de cinco horas de material a ser explorado. O complexo roteiro, com saltos no tempo e até cinco finais possíveis, é um prato cheio para maratonas, teorias de fãs e discussões sobre quais finais as outras pessoas chegaram.

Bandersnatch

A palavra-título do especial de Black Mirror foi criada no século 19 pelo Lewis Carrol, o criador de Alice no País das Maravilhas, no livro Alice Através do Espelho, e dá nome a uma criatura mítica desse universo – apenas uma das várias referências que podem ser encontradas no longa.

O filme é o primeiro conteúdo interativo voltado a adultos da Netflix. O recurso de escolha já existia, mas apenas em produções infantis, mais lúdicas. Dirigido por David Slade, ele antecede a quinta temporada de Black Mirror, que deve estrear em 2019. A nova leva de episódios precisou ser adiada, dada a complexidade do especial.

“Bandersnatch” é inovador. Isso não significa que o recurso de decisão vai tomar conta dos próximos filmes e séries. Mas essa mistura de cinema com videogames trouxe um novo significado para a expressão “Isso é muito Black Mirror”. A experiência já proporcionada pela série nas temporadas anteriores sai da tela e envolve o espectador por completo, colocando-o como parte da história. Uma forma de entretenimento para fechar (ou começar) o ano com chave de ouro.

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