185 000 dias de energia: a empresa que iluminou uma comunidade
Em 2014, Henrique Drumond fundou a Insolar para levar energia solar para a comunidade Santa Marta. Hoje, os resultados vão muito além da economia na conta
por Abril Branded ContentAtualizado em 26 Maio 2020, 15h28 - Publicado em
31 jul 2017
12h02
A comunidade Santa Marta é hoje um ponto turístico do Rio de Janeiro. O Mirante do Pedrão oferece uma das melhores vistas da cidade, e a Laje Michael Jackson abriga uma estátua em homenagem ao Rei do Pop, que gravou lá parte do clipe They Don’t Care About Us em 1996. Esses são apenas alguns dos atrativos da comunidade, que já recebeu gente do calibre de Madonna e Hugh Jackman.
Graças à sua localização privilegiada, que não passa despercebida pelos visitantes em busca daquela selfie com o litoral carioca ao fundo, a comunidade tem outra característica especial: não importa a estação do ano, ela é iluminada pelo sol todos os dias.
Um empreendedor carioca viu nesse verão eterno uma oportunidade: utilizar painéis solares para oferecer energia limpa e sustentável para os moradores da comunidade. Entre a infraestrutura pouco confiável da rede elétrica tradicional e os preços muitas vezes impeditivos de uma conta de luz, comunidades de baixa renda costumam ser as mais afetadas pela vulnerabilidade das fontes de energia. O objetivo da Insolar, startup criada por Henrique Drumond e seu sócio, Michel Baitelli, é oferecer uma alternativa para os moradores, por meio da democratização do acesso à energia solar.
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O pontapé inicial
Mas uma coisa é ter uma boa ideia. Outra é colocá-la em prática. Para tirar a Insolar do papel, os sócios cariocas buscaram o apoio do programa Iniciativa Jovem, da Shell. Versão brasileira do Shell LiveWIRE, o Iniciativa Jovem existe desde 2001 no Rio de Janeiro e consiste em um programa de incentivo ao empreendedorismo sustentável, buscando fomentar ideias que tenham potencial de impacto positivo na sociedade – como é o caso da Insolar. “O conceito já existia, mas ele amadureceu durante o processo de capacitação oferecido pelo Iniciativa Jovem”, comenta Drumond.
Durante sua participação no projeto, Drumond desenvolveu um plano de negócios e o projeto-piloto da Insolar. Além disso, a participação das startups tanto no Iniciativa Jovem quanto no Iniciativa Empreendedora – projeto da Shell em Macaé (RJ) voltado para empreendedores do setor energético – foi ainda mais benéfica. Integrantes da turma de 2014, Drumond e a Insolar foram premiados como o empreendimento de maior destaque do programa. “Ter recebido a premiação abriu muitas portas. Além de ter todo o apoio da rede de outras empresas iniciantes e da própria Shell, essa experiência funcionou como chancela para ajudar a firmar muitas parcerias.”
O sucesso da startup também chamou a atenção de um parceiro muito maior. “A informação chegou até o time global da Shell, o que resultou em um o convite para participar do programa #makethefuture“, diz Drumond. Um feito e tanto: a Insolar foi a primeira startup a ser apoiada pela iniciativa, que ajuda empreendedores de todo o mundo a desenvolver propostas inovadoras de geração de energia sustentável.
A ideia então virou um plano maior, patrocinado pela empresa. “A Shell fez o seguinte convite: como podemos apoiar um projeto que gere o máximo de impacto sócio-ambiental para a comunidade?”, conta o empreendedor. “Foi um trampolim.” Convite aceito, o desafio tornou-se real: como levar energia solar para a comunidade Santa Marta?
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Colocando as ideias em prática
Gerar a própria energia elétrica não é um negócio de outro mundo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece que, “havendo condições técnicas favoráveis, qualquer consumidor de energia no Brasil pode gerar energia para consumo próprio”. Além de não depender de uma distribuidora de eletricidade, o Sistema de Compensação de Energia ainda permite que o produtor individual “venda” a energia que não for utilizada para a distribuidora em troca de créditos a serem abatidos na conta de luz.
Mas como criar “as condições técnicas favoráveis” das quais fala a resolução da Aneel? É aí que entra a Insolar. A empresa instala sistemas fotovoltaicos, as famosas placas de energia solar, para corporações de todo o país. Parte dos lucros dessas operações é revertida para um fundo destinado ao subsídio da instalação dessas mesmas placas solares em casas, associações e pequenos negócios localizados em comunidades de baixa renda. O pequeno impacto ambiental, a possibilidade de instalação em pequenos espaços e a rapidez de implantação são algumas das vantagens do sistema fotovoltaico.
Graças à parceria com a Shell, a instalação dos primeiros painéis começou em 2015. Uma creche foi a primeira beneficiada pela iniciativa que, em três anos, expandiu sua atuação para impactar muitos outros aspectos da comunidade.
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Resultados que vão além da luz
“De lá para cá aconteceu muita coisa”, conta Drumond. Com a ajuda dos residentes, a Insolar colocou 33 instalações solares em funcionamento e está finalizando outras duas. São mais de 150 painéis solares na comunidade, que serão capazes de gerar o equivalente a 185 000 dias de energia elétrica.
“O primeiro passo era testar a tecnologia e a receptividade do projeto”, lembra o empreendedor. “A segunda etapa foi entender como a gente poderia beneficiar toda a comunidade. Pensamos em instalar primeiro nos espaços comunitários porque entendemos que eles poderiam fazer mais pela população”, explica. “Uma creche que economiza 150, 200 reais por mês consegue comprar mais alimentos e material didático. Então, o projeto traz economia financeira, mas também alavanca benefícios já oferecidos pelas instituições.”
A caminhada não veio sem desafios, claro. “No início, estávamos considerando instalações com muita convergência entre si”, explica Drumond. “Depois chegamos à conclusão de que cada instalação era um processo diferente.”
E, como dizem por aí, a prática leva à perfeição: “A tecnologia é padrão, mas a gente percebeu muitas coisas que puderam ser aperfeiçoadas”, conta o empreendedor. Por exemplo, a necessidade de reconstruir os telhados que receberiam as placas solares tem sempre algum grau de customização. “Quando você instala em um telhado, é uma determinada estrutura; quando você coloca em uma laje, é um pouco diferente, tem sempre a questão do sombreamento e como decidir qual o melhor local para colocar o painel”, afirma Drumond. Hoje, os painéis são menores. Com o modelo mais leve, por exemplo, não há a obrigatoriedade de fazer uma obra para que o telhado suporte o peso do equipamento.
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As mudanças, no entanto, não impediram o cumprimento da meta estabelecida pela Insolar e pela Shell. “A gente conseguiu concretizar exatamente o que prometemos. O grau de complexidade foi maior, mas, como tivemos muito apoio local, ficou mais fácil”, celebra Drumond. Ao longo dos três anos, a conexão da Insolar com a comunidade Santa Marta se fortaleceu por outros caminhos também. “Concretizamos uma lista bem longa de iniciativas, todas feitas com o apoio da Shell e em parceria com lideranças locais e com organizações locais”, relembra.
A empresa ofereceu cursos de capacitação para os moradores e, inclusive, chamou os profissionais recém-formados para participar de outra iniciativa da Insolar. “Inicialmente, a gente ia fazer um curso de energia solar para os moradores, mas ampliamos o escopo do curso para ser de reparos elétricos. Antes mesmo da conclusão do curso, essa qualificação já gerou oportunidades de trabalho, que é mais um impacto positivo do projeto”, conta Drumond. “Temos o projeto de um ombrelone solar (coberturas que parecem grandes guarda-sóis) que foi todo montado pelos eletricistas do curso de qualificação que oferecemos. Foi uma forma de trazer esse protagonismo para a comunidade Santa Marta.”
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E o futuro?
O projeto inicial da Insolar em parceria com a Shell #makethefuture será concluído com a finalização das últimas instalações solares programadas, o que ocorrerá ainda em 2017. No entanto, isso não significa que a relação da startup com a comunidade Santa Marta chegará ao fim.
O próximo desafio é atender os moradores. Como provar que essa pode ser uma tecnologia democrática? “Vamos levá-la para mulheres empreendedoras que contribuem para a melhoria da comunidade”, revela Henrique Drumond. Em paralelo, a startup já está trabalhando para identificar outros locais do Rio de Janeiro que podem se beneficiar do sistema fotovoltaico. “O futuro é expansão”, conclui Drumond.
Em 30 anos, será preciso dobrar a produção de energia do planeta para que todos tenham acesso à eletricidade. Clique aqui para conhecer os projetos de geração de energia sustentável apoiados pela Shell.
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