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Ciência

Inveja do pênis – O paradoxo de Freud

A concepção freudiana da sexualidade parte sempre de um ponto de vista masculino – e machista mesmo.

por Alexandre Carvalho Atualizado em 17 ago 2020, 19h00 - Publicado em 8 abr 2020 11h19

A concepção freudiana da sexualidade parte sempre de um ponto de vista masculino – e machista mesmo. Para Freud, a mulher tem uma inferioridade anatômica que a condena à submissão e à passividade. Ou à neurose.

Texto: Alexandre Carvalho | Edição de arte: Estúdio Nono | Design: Andy Faria | Imagens: Getty Images


“Quem quer uma espingarda quando se pode ter uma pistola automática?” Apesar da menção a armas de fogo, a questão, feita por Natalie Angier, vencedora do Prêmio Pulitzer e jornalista de ciência do The New York Times, não tem a ver com troca de tiros – e sim com as teorias freudianas sobre a sexualidade feminina. A pergunta, que está em seu livro Woman: An Intimate Geography (“Mulher: Uma Geografia Íntima” – sem edição brasileira), explica, nas palavras da escritora, por que “as mulheres nunca compraram a ideia de Freud de inveja do pênis”.

A revolta tem razão de ser: a visão de Sigmund Freud sobre o desenvolvimento sexual da mulher é a mais contestada de suas ideias, tendo despertado animosidades em feministas desde que foi publicada. E não só com elas. Dentro do próprio círculo da psicanálise, naquelas primeiras décadas do século 20, já havia quem – inclusive homens – achasse estapafúrdia a noção de que toda menina deseja para si uma mangueirinha acoplada igual à dos meninos – e que sua personalidade futura será decidida pela forma como aceita essa “desvantagem”.

A psicanalista alemã Karen Horney (1885-1952), fundadora da escola neofreudiana – que alterna obediência e discordâncias com o pai da psicanálise –, foi uma das vozes que imediatamente se ergueram contra essa teoria de o feminino nascer da constatação de ausência do órgão masculino. “Como em todas as ciências, a psicologia das mulheres tem sido até agora considerada apenas do ponto de vista dos homens”, ela disse. E foi além, sugerindo que o macho é que teria uma “inveja do útero”: eles fariam de tudo para ser bem-sucedidos na vida apenas como forma de compensar a incapacidade de gerar uma criança. “Quando alguém começa a analisar os homens, como eu fiz, após uma vasta experiência de análise de mulheres, tem a impressão surpreendente da intensidade dessa inveja da gravidez, do parto e da maternidade.”

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Além da inveja do pênis, a teoria freudiana sobre a sexualidade feminina tem outros conceitos nada elogiosos para elas: a mulher como uma criatura castrada sexualmente; a vocação feminina para o masoquismo; o superego subdesenvolvido (que transformaria a mulher em um perigo para a civilização); a submissão e o matrimônio como destino da “mulher normal”… em resumo, a inferioridade em relação ao homem – inerente e anatômica. Mas, antes de colocarmos Freud no caldeirão do inferno dos porcos chauvinistas, é bom lembrar que estamos falando de um pioneiro do interesse pelo que a mulher tem a dizer: a psicanálise nasceu de sua iniciativa de tratar mulheres neuróticas – não como loucas desvairadas, e sim como seres humanos com questões profundas, que precisavam ser externadas.

Mesmo sua polêmica teoria sobre a sexualidade feminina era um avanço: até então, acreditava-se que a mulher nem era capaz de ter desejo sexual. “A riqueza e a singularidade da psicanálise estão no fato de ela ter se constituído justamente na tensão discursiva – presente na obra freudiana – entre dar voz a esse outro, singular, e reafirmar o masculino como universal na cultura”, aponta a psicanalista Regina Alice Neri no livro Feminilidades. Eis aí o paradoxo de Freud.

Um homem do seu tempo

O problema é que ele foi de vanguarda até certo ponto – em diversos aspectos, seu pensamento alinhava-se ao seu tempo e ao lugar em que vivia. “Na sociedade vienense, as mulheres estavam sujeitas à interdição e intervenção masculinas. Todos nelas mandavam: pais e irmãos”, explica José Artur Molina, em O que Freud Dizia sobre as Mulheres. “Os casamentos de mulheres com homens mais velhos e ricos eram comuns, numa clara afirmativa de que o que elas precisavam era de bem-estar financeiro (nada mais do que uma forma de prostituição instituída pela hipócrita Viena).”

Em seu livro O Segundo Sexo, a francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) dedica um capítulo ao “ponto de vista psicanalítico” a respeito das mulheres, e fala da concepção freudiana estar repleta de equívocos provenientes desse espaço-tempo: “A psicanálise só pode estabelecer suas verdades no contexto histórico”, ela diz. Para Beauvoir, se o pensamento sobre a sexualidade partisse de uma perspectiva feminina, os símbolos freudianos poderiam ser outros. “[A mulher] inventaria equivalentes para o falo; a boneca, encarnando a promessa do bebê que virá no futuro, pode se tornar um bem muito mais precioso que o pênis. Há sociedades matriarcais nas quais as mulheres detêm a posse dessas máscaras nas quais o grupo encontra alienação; nessas sociedades, o pênis perde muito de sua glória.”

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Não era o caso de Viena. As letras das operetas que faziam sucesso na cidade, na época de Freud, recorriam ao estereótipo mais negativo para retratar suas personagens femininas: eram mulheres frívolas, infiéis, maliciosas e que caíam de amores por qualquer um que lhes fizesse um elogio. Freud, ainda que fosse rodeado de amigas de quem admirava a inteligência, e que citasse ideias delas em diversos ensaios sobre a psicanálise, em geral não pensava muito diferente dos vizinhos mais machistas. Ainda mais se o assunto fosse o papel das moças na sociedade.

O pai da psicanálise era contra a mulher sair para trabalhar e considerava o fim do mundo que uma ou outra ganhasse mais do que o marido. A única “profissão” possível seria o acúmulo de funções de gerente do lar, fiscal da limpeza domiciliar e gestora da educação das crianças: resumindo bem, dona de casa. “Espero que estejamos de acordo”, escreveu um dia a sua querida esposa, Martha Bernays, “em que administrar uma casa e educar os filhos requer da pessoa tempo integral, e praticamente elimina qualquer profissão”.

<strong>Nas operetas que faziam sucesso em Viena na época de Freud, as mulheres eram retratadas como pessoas frívolas, infiéis, maliciosas e que caíam de amores pelo primeiro que aparecesse. O pai da psicanálise associaria esses comportamentos a uma fraqueza do superego na mente feminina.</strong>
Nas operetas que faziam sucesso em Viena na época de Freud, as mulheres eram retratadas como pessoas frívolas, infiéis, maliciosas e que caíam de amores pelo primeiro que aparecesse. O pai da psicanálise associaria esses comportamentos a uma fraqueza do superego na mente feminina. (Imagno/Getty Images)

Esse lado conservador de Freud, embora não o tenha feito recuar diante da própria ousadia sobre a sexualidade infantil, veio à tona quando ele tirou conclusões a respeito do desenvolvimento sexual da mulher. Principalmente pelo seguinte: toda a sua teoria a esse respeito parte de uma perspectiva falocêntrica – se essa teoria fosse um sistema solar, o pênis estaria no lugar do Sol. E isso, em qualquer interpretação que se tenha, significa exatamente o que Karen Horney disse: para Freud, o homem vem primeiro, e é a base de qualquer pensamento adaptado para a mulher. A sexualidade feminina surge aos olhos de Freud sempre através de um filtro masculino. A tal ponto que, para o austríaco, meninas são meninos com defeito de fábrica.

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A tal inveja

Para Freud, até que a puberdade chegue com seus pelos e peitos, vigora entre as crianças um monismo sexual – a hipótese de que meninos e meninas só admitem um único órgão para práticas sexuais, que é o pênis. O que a menina reconhece em si, até então, é seu clitóris – um tipo de pênis subdesenvolvido. A compreensão de que tem uma vagina – estrutura feminina por excelência – só virá na fase genital, já a partir dos 11 anos.

Na infância, portanto, não haveria diferença entre masculino e feminino. A criançada toda é menino – com ou sem pênis – até prova em contrário. E assim as criancinhas vão levando a vida sem maiores conflitos até o ponto em que essa diferença anatômica é notada. Entre os 3 e os 5 anos de idade, na fase fálica, surge a primeira curiosidade dos pequenos em diferenciar mocinhos e mocinhas. E é aí que as garotas terão uma descoberta devastadora: a de que são “garotos de segunda classe”, que vieram ao mundo com algo faltando.

Pois é nesse período que elas notam, segundo Freud, que seus irmãos e amiguinhos do sexo masculino têm pênis. No mesmo lugar, em seu próprio corpo, elas só enxergam um grande vazio – ou, na melhor das hipóteses, um órgão homólogo em tamanho miniatura, e ainda por cima escondido, que é o clitóris. O mundo foi injusto com elas. Então, assim como as crianças sentem desejo de possuir os brinquedos das outras, as meninas também passam a querer aquilo que não têm nas partes baixas, desenvolvendo o sentimento famoso que Freud chamou de inveja do pênis.

“Essa falta lhe cai como uma injustiça e como motivo para se sentir inferior”, explica Freud, referindo-se à menina. “Por algum tempo, acredita ainda que terá esse órgão tão valioso, ou seja, que seu pênis irá crescer.” Só que não, ele não cresce. O que fica para a garota é uma frustração enorme e o tal de complexo de castração, que acaba sendo fundamental para que a menina comece a desenvolver sentimentos incestuosos pelo pai. Afinal, ele tem aquilo que ela tanto inveja.

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Nesse período do desenvolvimento sexual da criança, a mãe – que no início é o objeto de amor de todo bebê – perde pontos no conceito da menina por dois motivos. O primeiro, segundo Freud, é que a garotinha culpa a sua genitora pela falta de pênis no seu corpo – a mamãe não teria caprichado na sua fabricação como fez com o irmãozinho. O segundo é que a menina coloca na cabeça que pode amenizar sua inveja com um pênis simbólico: um filho. E não é com a mamãe, outra castrada, que ela vai conseguir isso.

Então esse conjunto de motivos associado a uma supervalorização do pênis leva a garota a direcionar seu afeto agora ao papai, com quem acha que pode casar e gerar um bebê. Melhor ainda se esse bebê for um menino. (Na menina, então, essa ansiedade da castração precede o complexo de Édipo – o inverso do que acontece com os meninos.) Possuidora de um bebê-pênis, ela já não precisaria mais invejar seus pares machos.

Pois é. Bebês-pênis, meninas que se acham meninos mutilados, crianças incestuosas… Até aí, Sigmund Freud simplesmente apresenta uma teoria que você pode achar completamente alucinada. Mas o que acabou revoltando feministas e não feministas do mundo todo foi o que ele apontou como consequências dessa inveja do pênis no desenvolvimento da sexualidade da mulher.

Mulher de malandro

Na elaboração de suas teorias a respeito das perversões, Freud contrapôs sadismo e masoquismo, associando a primeira a uma forma ativa de unir dor e prazer, impondo a dor a outra pessoa, e a segunda a uma forma passiva, sofrendo o diabo e achando bom. Adivinhe qual dessas o pai da psicanálise liga às mulheres? Se você pensou no bizarro bordão misógino “mulher gosta de apanhar”, não está muito longe da avaliação freudiana.

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E o homem, segundo ele, tem maior inclinação a gostar de bater. “A sexualidade da maioria dos homens mostra um elemento de agressividade, de inclinação a subjugar, cuja significação biológica estaria na necessidade de superar a resistência do objeto sexual por algum outro meio além de fazendo-lhe a corte”, afirma em seus Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Em contrapartida, a perversão masoquista estaria associada a uma fixação da atitude sexual passiva que tem origens lá na infância, no complexo de castração que irá definir a futura mulher. Ou seja, enquanto a natureza ativa do sadismo é a virilidade, a passividade do masoquismo é relacionada ao feminino.

Não que homens não possam ser masoquistas. Mas, para Freud, a necessidade de punição e humilhação vem de um estágio infantil de situação caracteristicamente delas, que significa ser castrado, penetrado ou dar à luz uma criança. Tudo que dói.

Freud ainda associa a mulher a um sentimento de culpa provocado por um masoquismo moral, que é uma necessidade inconsciente de ser punida pela mão do pai, tomar umas boas palmadas, como se fosse uma criança travessa. “Sabemos agora que o desejo, tão frequente em fantasias, de ser espancado pelo pai se situa muito próximo do outro desejo, o de ter uma relação sexual passiva (feminina) com ele”, diz Sigmund no artigo O Problema Econômico do Masoquismo.

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Três Destinos

Ferida narcísica é o nome que Freud dá para um abalo no nosso amor-próprio, quando o ego narcisista toma uma bordoada e sai para um canto com o rabo entre as pernas.

Segundo o pai da psicanálise, a menina tem essa ferida por conta do seu sentimento de inferioridade, aquela coisa de se descobrir vítima de uma injustiça da natureza, que seria a falta do pênis. Por isso, segundo Freud, o desenvolvimento da sexualidade feminina pode seguir três caminhos diferentes, dependendo da forma como a menina vai lidar com esse sentimento ligado à castração que a inferioriza. Três destinos que serão determinantes para a mulher adulta.

1 • INIBIÇÃO SEXUAL OU NEUROSE
A mulher tem desejos sexuais, profissionais e ambições que a sociedade só permite aos homens. (Essa era a realidade na Viena dos tempos de Freud – mas não só lá.) Frustrada com essa condição e sem forças para vencê-la, a mulher não supera sua inveja do pênis, reprime suas vontades e permanece frígida e infeliz para sempre. Na época de Freud, esse seria o destino seguido por muitas das histéricas que frequentavam seu divã: mulheres cuja repressão dos desejos inconscientes viria à superfície na forma de sintomas físicos.

2 • COMPLEXO DE MASCULINIDADE
Para Freud, a mulher não se conforma com sua “castração”, continua querendo ser um menino e faz de conta que tem um pênis. Tudo isso a leva a se tornar lésbica ou a uma vocação fálica. Essa vocação, segundo o pai da psicanálise, é o que faz a mulher querer assumir posições na sociedade “exclusivas do homem”. De acordo com a teoria do austríaco, um alto cargo numa multinacional, para muitas mulheres, é um pênis simbólico, que finalmente elas podem bater na mesa.

3 • SEXUALIDADE FEMININA NORMAL
Não se engane: esse “normal” de Freud para a mulher significa a aceitação de um destino como ser humano de segunda categoria. As “vantagens” são a tranquilidade e a estabilidade que vêm com a resignação do lar. A maturidade só acontece quando a ligação com esse pênis fracassado que é o clitóris é abandonada pela adolescente, sendo esse órgão substituído pela vagina – mais passiva e no molde certo para a penetração do marido. Trabalho? Só dentro de casa. A vocação para a maternidade faria com que a mulher funcione no espaço familiar, não no espaço público.

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Freud sabia que não sabia

Ele admitiu ignorar a mente feminina. Mas sua teoria pode fazer sentido (não literal).

Quanto menos literal é a interpretação que se faz dessas ideias sobre a sexualidade feminina, menos revoltante a coisa fica. Ainda mais levando em consideração o contexto cultural em que Sigmund Freud elaborou tudo isso. Se, em pleno século 21, a mulher ainda precisa lutar por igualdade de oportunidades em relação aos homens, é evidente que, lá na Viena da virada do século 19 para o 20, as senhoras que chegavam ao consultório de Freud – fornecedoras da maior parte do conteúdo das elaborações do doutor – também queriam ter o que os homens tinham.

Quando se pensa literalmente num membro viril como objeto desse desejo, não dá para concordar com quase nada do que Freud disse. Mas, pensando no pacote que vinha junto com aquele pênis – autoestima, autoridade, influência, liberdade, privilégios –, pelo menos o conceito central da inveja do pênis faz sentido. Basta trocar a expressão por “inveja do poder”.

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O próprio complexo de castração dos meninos fica mais tolerável sob esse ponto de vista. Na explicação literal de Freud, o garoto sente o temor de perder o pênis quando chega à idade de perceber as diferenças entre eles e elas, e nota que as meninas não têm o que ele tem.

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“Se cortaram o piu-piu delas, pode ser que queiram cortar o meu também.” Esse é o raciocínio, segundo Freud. Mas pense que notar diferenças entre feminino e masculino, principalmente cem anos atrás, significava perceber que, enquanto as meninas eram educadas para ficar quietas à mesa, não sair de casa e repetir os trabalhos domésticos da mãe, os meninos eram estimulados para a aventura, demonstrações de força e planos de grandeza. Perder esse “pênis”, essa nítida vantagem em relação às restrições das meninas, seria, claro, motivo para ansiedade.

Ainda assim, é notório que a psicanálise clássica patinou ao tratar do desenvolvimento sexual na mulher – e que o perfil conservador de Sigmund Freud tem toda a culpa nisso. Seu fundamentalismo fálico – a noção de que toda a sexualidade, deles e delas, parte do pênis, ou do homem, melhor dizendo – tornou-o incapaz de reconhecer a individualidade feminina. A visão de que a sexualidade delas é mero desdobramento da deles tem uma jurisprudência tão machista e mítica quanto a perspectiva freudiana: Eva, a primeira mulher, que nasce de uma costela de Adão.

Se Sigmund Freud não conseguiu superar os próprios preconceitos nessa empreitada, ao menos reconheceu desde sempre as lacunas do seu pensamento nesse assunto. Costumava dizer que os escritores e os poetas provavelmente seriam candidatos mais preparados para decifrar o enigma da sexualidade feminina.

Sua confissão dessa incapacidade ficou famosa. Em conversa com a amiga Maria Bonaparte – psicanalista que era sobrinha-bisneta de Napoleão –, Freud assumiu: “A grande questão que nunca foi respondida, e que eu ainda não tenho sido capaz de responder, apesar de meus 30 anos de pesquisa sobre a alma feminina, é: o que quer uma mulher?”.

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