Fugindo do Inferno
John Sturges – 1963
Honra ao mérito: É a fuga mais espetacular da 2ª Guerra.
Agosto de 2015. Após uma queda, o australiano Paul Royle teve de operar o quadril. E, aos 101 anos, não resistiu à cirurgia. Um final sem graça para quem tinha flertado com a morte 70 anos antes. Royle foi um dos poucos sobreviventes de uma das maiores fugas de um campo de prisioneiros nazista: em 1944, 76 Aliados escaparam do Stalag 3, numa floresta polonesa, com uma estratégia incrível. Eles cavaram três túneis ao mesmo tempo (que tinham até nomes para cada um: Tom, Dick e Harry), 9 metros abaixo do chão – a ideia era manter o plano caso um fosse descoberto.
Mas isso ainda não é o filme. É história. E tão boa que virou um longa cheio de estrelas (Steve McQueen, Charles Bronson) e um punhado de cenas antológicas. Como o personagem de McQueen sentado numa solitária, arremessando uma bola de beisebol contra a parede. A cena foi parodiada até pelos Simpsons.
O filme dá uma romanceada no fato histórico, mostrando um grupo de fujões no qual cada um tem uma habilidade especial para dar no pé. Mas, na vida real, a empreitada teve um fim trágico. Dos 76 fugitivos, só três conseguiram a liberdade. E, dos recapturados, 50 foram mortos pelos nazistas. Só que esse massacre não ficaria impune. Julgados em Nuremberg, 14 oficiais alemães foram executados pelos assassinatos – condenados por crimes de guerra.