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Os 5 melhores filmes sobre prisioneiros de guerra

Entre os filmes de guerra, algumas das melhores produções fazem parte de um subgênero conhecido como POW, sigla para prisioner of war.

Texto: Alexandre Carvalho | Design: Andy Faria | Imagens: Divulgação e Getty Images


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ão histórias que tratam da vida em campos de prisioneiros militares – diferentes dos campos de concentração. Nesses lugares, é preciso obedecer às leis da Convenção de Genebra, que exige respeito aos direitos humanos dos “hóspedes” – embora nem sempre isso aconteça. No cinema, as tramas envolvem tensão na convivência entre carcereiros e confinados, alguma violência por parte dos dominantes e, quase sempre, um plano de fuga dos dominados.

A Ponte do Rio Kwai

David Lean – 1957

Honra ao mérito: Mostra um orgulho que resiste a tudo – e vira força criativa.

Na produção cinematográfica que segue essa linha, nenhum filme é tão bom – nem tão grandioso – quanto A Ponte do Rio Kwai. Ganhador do Oscar, o longa tem todos esses elementos de um enredo POW, mas não só isso. Trata de até que ponto vale um acerto de honra entre inimigos nessa situação de desequilíbrio de poder. No caso, o acordo se transforma em perfeccionismo na construção de uma ponte – ainda que essa estrutura vá ser usada contra os interesses de quem a construiu.

Mas vamos à trama: num campo de prisioneiros japonês, soldados britânicos são forçados pelo coronel Saito a construir uma ponte que terá função estratégica. Como não querem ajudar o inimigo a ganhar a guerra, os britânicos fazem corpo mole – para desespero de Saito, que teme uma desonra caso a obra não termine no prazo. Ele chega até a considerar um haraquiri se isso acontecer. Tudo muda quando chegam novos prisioneiros, comandados pelo coronel Nicholson (Alec Guinness). Em troca de melhores condições para os seus homens, esse oficial promete ao japonês que vai construir a melhor ponte que ele já viu – e dentro do prazo.

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A engenhosidade do roteiro faz com que os espectadores – e os próprios soldados britânicos –passem a imaginar onde está a pegadinha. Quando Nicholson vai melar a construção, que ele parece coordenar com tanto capricho? Mas não. Não há plano B. Erguer a melhor ponte possível sobre as águas do Rio Kwai vira questão de honra para o oficial. É a oportunidade de mostrar que os engenheiros britânicos seriam melhores que os japoneses. Motivo de orgulho num lugar onde é raro ter do que se orgulhar.

O que Nicholson não adivinha é que, se ele resolveu ajudar o inimigo, o comando do seu Exército pensa diferente. E manda um grupo de sabotagem enfrentar a selva asiática para fazer o trabalho que o inglês não fez: mandar a ponte pelos ares.

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Fugindo do Inferno

John Sturges – 1963

Honra ao mérito: É a fuga mais espetacular da 2ª Guerra.

Agosto de 2015. Após uma queda, o australiano Paul Royle teve de operar o quadril. E, aos 101 anos, não resistiu à cirurgia. Um final sem graça para quem tinha flertado com a morte 70 anos antes. Royle foi um dos poucos sobreviventes de uma das maiores fugas de um campo de prisioneiros nazista: em 1944, 76 Aliados escaparam do Stalag 3, numa floresta polonesa, com uma estratégia incrível. Eles cavaram três túneis ao mesmo tempo (que tinham até nomes para cada um: Tom, Dick e Harry), 9 metros abaixo do chão – a ideia era manter o plano caso um fosse descoberto.

Mas isso ainda não é o filme. É história. E tão boa que virou um longa cheio de estrelas (Steve McQueen, Charles Bronson) e um punhado de cenas antológicas. Como o personagem de McQueen sentado numa solitária, arremessando uma bola de beisebol contra a parede. A cena foi parodiada até pelos Simpsons.

O filme dá uma romanceada no fato histórico, mostrando um grupo de fujões no qual cada um tem uma habilidade especial para dar no pé. Mas, na vida real, a empreitada teve um fim trágico. Dos 76 fugitivos, só três conseguiram a liberdade. E, dos recapturados, 50 foram mortos pelos nazistas. Só que esse massacre não ficaria impune. Julgados em Nuremberg, 14 oficiais alemães foram executados pelos assassinatos – condenados por crimes de guerra.

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O Expresso de Von Ryan

Mark Robson – 1965

Honra ao mérito: Para que túnel quando se pode fugir de trem?

Como se não bastassem as agruras de uma prisão italiana, militares americanos e britânicos se comportam como rivais. E esse fogo amigo é ruim para todo mundo. Quando o coronel Ryan (Frank Sinatra) passa informações de fuga para o administrador do campo em troca de melhores condições para os prisioneiros, ganha o incômodo apelido de Von Ryan. Mas é ele quem vai liderar uma fuga das mais audaciosas, que inclui desviar o destino de um trem nazista.

Inferno Nº 17

Billy Wilder – 1953

Honra ao mérito: Dá para rir dentro de uma prisão nazista? Neste filme dá.

Billy Wilder precisava de um sucesso comercial depois do fracasso de bilheteria de A Montanha dos Sete Abutres. E foi um espanto quando esse artista judeu, cuja mãe morreu num campo de concentração, foi escolher logo uma trama de prisão nazista. Mas sua obra não seguiria os cânones desse subgênero. Diretor de clássicos da comédia, como Quanto Mais Quente Melhor, Wilder baseou-se num sucesso da Broadway para mostrar uma prisão onde a agonia perde sempre para a gargalhada.

A história trata de uma unidade, às margens do Danúbio, onde só sargentos americanos estão confinados. Embora a hospedagem nazista seja até boa-praça, os prisioneiros só pensam em escapar. Isso quando não estão fabricando birita – ou fazendo fila para espiar prisioneiras russas tomando banho. Mas, quando dois fugitivos são metralhados na saída de um túnel secreto, a desconfiança toma conta: alguém está passando informações aos “chucrutes”. E só pode ser o sargento Sefton (William Holden). Malandro que comanda um esquema de comércio clandestino e suborno de guardas, ele parece se dar bem demais com os carcereiros. Vive cheio de cigarros, bebidas… até um passe-livre para encontrar as russas ele consegue. Mas Sefton é um suspeito óbvio demais para ser verdade – como o espectador logo terá o prazer de descobrir.

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Furyo: em nome da honra

Nagisa Ôshima – 1983

Honra ao mérito: Tem David Bowie como prisioneiro de guerra. Precisa mais?

A história se passa em 1942, num campo de prisioneiros japonês. Mas, diferente do padrão de filmes com esse tema, focados em tentativas de fuga, Furyo tem uma perspectiva original: trata do choque de cultura entre presos britânicos e seus carcereiros. Para os japoneses, é vergonhoso que os confinados aceitem o encarceramento – deveriam morrer lutando.

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