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Três histórias da mitologia grega

Perseu e a maldição da Medusa, os doze trabalhos de Héracles - e a amarga vitória de Édipo sobre a Esfinge

Texto: Agência Fronteira | Edição de Arte: Juliana Vidigal | Design: Andy Faria | Ilustrações: Caco Neves

Um raio despencava dos céus de Atenas? Só podia ser Zeus, irado com seus desafetos. Alguém cometia loucuras em nome de um amor não correspondido? Na certa, era mais um dos sortilégios de Eros, o deus imberbe que flechava o coração dos amantes.

Mais de 3 mil anos depois, a mitologia grega já não é uma religião de massa, mas sobrevive como uma das obras mais criativas da história da humanidade. Seus deuses intempestivos, heróis amaldiçoados, ninfas, titãs e monstros protagonizam narrativas engenhosas que ajudam a compreender tudo à nossa volta. E muitas delas servem de base e inspiração para a literatura, a poesia, o teatro e as artes até hoje.

Os 12 trabalhos de Héracles

Maior de todos os heróis gregos, Héracles – ou Hércules, para os romanos – tinha uma força descomunal, uma inteligência acima da média e um surpreendente senso de justiça. Seu pai, Zeus, ficava orgulhoso do filho preferido (fruto de um caso extraconjugal).

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O problema é que toda essa devoção despertou o ciúme de Hera, a esposa de Zeus. E foi ela quem amaldiçoou o herói. Possuído por Atê, a deusa da loucura, Héracles imaginou que estava cercado de inimigos e saiu desferindo flechas a esmo.

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Quando recobrou a consciência, percebeu que havia matado os próprios filhos. Atormentado, o herói foi até o Oráculo de Delfos para saber como poderia se livrar da dor. Héracles deveria servir ao rei de Micenas, o odiado Euristeu, que mandou Héracles encarar 12 missões impossíveis. Ele superou todas, numa jornada de décadas.

1 • Matar o Leão de Nemeia, cuja pele era indestrutível.

2 • Eliminar a Hidra de Lerna, monstro com dezenas de cabeças que se autorregeneravam.

3 • Capturar a Corça de Cerínia, o mais rápido de todos os animais.

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4 • Caçar um javali bizarro que aterrorizava a região de Erimanto, na Arcádia.

5 • Limpar os estábulos do rei Áugias, dono do maior rebanho do mundo.

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6 • Derrubar as aves de penas cortantes do Lago Estínfale.

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7 • Capturar o touro cuspidor de fogo da Ilha de Creta.

8 • Domar as quatro éguas do rei de Trácia (elas se alimentavam de carne humana).

9 • Roubar o cinturão mágico de Hipólita, a rainha das Amazonas.

10 • Roubar o gado de Gerião, um monstro de três cabeças e seis braços.

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11 • Colher as maçãs de ouro do Jardim das Hespérides, protegido por Hera.

12 • Capturar Cérbero, o cachorro de três cabeças que guardava a entrada do inferno.

Perseu e a maldição da Medusa

A Medusa aterrorizava os vilarejos da Grécia com seus cabelos de serpentes e olhar petrificante. Até que Perseu, filho de Zeus com a princesa Dânae, aceitou o desafio de matá-la. Protegido por Atena, ele recebeu três armas mágicas: as sandálias voadoras de Hermes, o capacete de Hades (que o tornava invisível) e uma sacola para carregar a cabeça da Medusa. Perseu cruzou o mundo até encontrá-la em uma caverna no deserto maldito da Hiperbórea, no extremo norte do mundo.

Esperou ela adormecer e se aproximou na ponta dos pés, tomando o cuidado de olhá-la somente pelo reflexo de seu escudo. Decepou-a num único golpe. Desde então, a cabeça da Medusa se tornou um talismã de Perseu em sua luta contra outros monstros terríveis. Mas nem sempre a Medusa teve essa forma grotesca. Na juventude, ela era uma das mais belas mulheres da Grécia.

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Tudo mudou com o assédio de Poseidon, que a possuiu sobre o chão de um templo sagrado em homenagem a Atena. Irada, a deusa decidiu punir a Medusa – e a transformou no célebre monstro.

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Édipo, a Esfinge e o destino

Édipo era um príncipe, filho de Pólibo e Periboeia. Até que foi surpreendido por uma profecia: um dia, ele mataria o pai e se casaria com a mãe. Aterrorizado, Édipo fugiu, determinado a evitar que aquele oráculo se realizasse. Mas, ao pegar a estrada, Édipo topou com um estranho, que tentou atropelá-lo com uma carruagem.

O príncipe revidou com crueldade: derrubou o homem, amarrou-o aos pés da carruagem e o arrastou pela estrada até a morte. Mais adiante, chegou à cidade de Tebas, onde teve de encarar a Esfinge. A criatura com corpo de leão, asas de águia e cabeça de mulher desafiava os visitantes com uma charada – e devorava sem piedade quem errasse a resposta.

Mas Édipo acertou, foi aclamado rei de Tebas e se casou com a rainha Jocasta. Um dia, um vidente trouxe uma revelação terrível: Pólibo e Periboeia eram os pais adotivos de Édipo. Seu verdadeiro pai era Laio, o desconhecido morto no desfiladeiro. E sua verdadeira mãe era Jocasta. Édipo não conseguiu fugir do destino.

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