Quando foi descoberta, em dezembro de 1994, a caverna de Chauvet, na França, espantou o mundo pela fauna pintada em suas paredes. Elas exibem uma variedade de animais sem igual no acervo conhecido da arte rupestre (veja Arte Primitiva. Mesmo, ano 9, número 4). Um ano depois, a surpresa é que os desenhos são antiqüíssimos. Em janeiro deste ano, as tintas de três deles foram datadas pela técnica do carbono-14. Viu-se que as tintas têm 32 000 anos – e não 20 000, como sugeriam as primeira estimativas. Pinturas muito antigas são geralmente simplórias. As grutas de Dordogne, na França, são típicas: embora tenham 33 000 anos, estão decoradas de maneira bem rudimentar. Não há comparação com as obras-primas de Chauvet, que parecem modernas. Mas se estão encantando os especialistas, elas também causam certo constrangimento. Já não se pode dizer que os estilos mais simples são necessariamente os mais antigos. E muitas pinturas consideradas antigas por causa da baixa qualidade podem na verdade ser recentes e vice-versa. É provável que muitos erros tenham sido cometidos nas datações do passado.