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Arqueólogos podem ter descoberto cidade em que nasceu avó de Alexandre, o Grande

O local já era conhecido desde 1966, mas foi só a partir de uma traquitana high tech chamada LiDAR que se tornou possível mapear o assentamento.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 25 abr 2025, 14h13 - Publicado em 25 abr 2025, 14h00

Não é todo dia que um arqueólogo pode dizer que redescobriu uma cidade perdida, muito menos uma capital de um reino. Uma equipe da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia em Humboldt, nos EUA, e do Museu Bitola, na Macedônia do Norte, chegou à conclusão de que um sítio arqueológico conhecido desde 1966 na Macedônia do Norte é, na verdade, o que restou da cidade de Lyncus, capital do antigo reino de Lyncestis.

Se essa descoberta for confirmada por outros pesquisadores, então os arqueólogos terão enfim encontrado a cidade onde nasceu a avó paterna de Alexandre, o Grande, que foi rei da Macedônia e conquistador de um dos maiores impérios da antiguidade, comandando territórios que se estendiam da Grécia até a Índia.

Lyncestis foi um reino pequeno que floresceu na região da Macedônia do Norte; posteriormente, o local foi incorporado ao reino da Macedônia Antiga pelo rei Filipe II, pai de Alexandre. Os relatos históricos indicam que a mãe de Filipe, Eurídice I, nasceu em Lyncus. Ela foi rainha da Macedônia e teve um papel importante na política da região.

 

Apesar de ser conhecido desde 1966, o sítio arqueológico ainda guardava segredos para os arqueólogos, que supunham que a região era apenas um posto militar, e não uma cidade. A possível descoberta de Lyncus, divulgada numa declaração da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, só foi possível por causa de uma nova tecnologia baseada em lasers, o LiDAR – que também é usada para vasculhar a Amazônia à procura de vestígios de ocupação humana antes de Cabral, entre outras aplicações arqueológicas.

Cidade escondida descoberta com laser

Desde que o sítio foi descoberto há 57 anos e escavado pela primeira vez há 15 anos, a tecnologia melhorou bastante. O LiDAR (sigla de light detection and ranging, “detecção e telemetria por luz” em português) dispara feixes de laser de um drone ou avião para mapear uma área específica, identificando variações mínimas de altitude no solo para encontrar estruturas arqueológicas escondidas.

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Em 2023, eles usaram drones aéreos para fazer uma pesquisa de reconhecimento com LiDAR na área. Assim, os arqueólogos descobriram que a cidade tinha uma acrópole (parte elevada onde ficavam templos e estruturas nobres) com sete hectares.

A equipe de cientistas encontrou os vestígios de uma oficina têxtil, algo que pode ter sido um teatro e vários artefatos, como pedaços de cerâmica, moedas e um ingresso de teatro feito de argila. Eles até reconstruíram uma lamparina encontrada; veja abaixo:

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Fotografia de uma Lâmparina encontrada na escavação.
(Cal Poly Humboldt/Divulgação)

Antes, os pesquisadores imaginavam o sítio arqueológico era o que restava de um posto militar construído depois da morte de Alexandre, o Grande, mas as novas descobertas mostram que não: foi achada uma moeda cunhada entre 325 a.C. e 355 a.C., durante a vida do grande conquistador macedônio.

Alguns dos artefatos escavados, como machados e fragmentos de cerâmica, apontam para uma ocupação ainda mais antiga, durante a Era do Bronze, entre 3300 a.C. e 1200 a.C. – milênios antes do que os arqueólogos imaginavam. Tudo indica que Lyncus era uma cidade próspera, e que pode ajudar historiadores a entender a cultura da Macedônia Antiga.

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As descobertas foram anunciadas pelos cientistas, mas ainda não foram publicadas em um periódico. A equipe pretende continuar escavando a região.

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