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Entre várias paredes: os segredos mais quentes de Pompeia

Segundo os costumes do povo de Pompeia, desenhar nas paredes e fazer objetos eróticos espantava o mau olhado e trazia sorte

Por Sérgio Gwercman
Atualizado em 24 jan 2018, 17h10 - Publicado em 31 ago 2003, 22h00

Os segredos mais quentes de Pompeia

Qualquer pessoa precavida sabe que as paredes têm ouvidos, mas poucos imaginam que elas podem guardar segredos por mais de 2 mil anos. Foi o que a arqueóloga Lourdes Feitosa, da Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, descobriu ao analisar grafites nos muros de Pompéia, uma antiga colônia romana onde hoje é o sudoeste da Itália. Lá estão provas de que, ao menos nas pichações de parede, o amor é eterno: as histórias e inscrições íntimas, feitas há mais de 20 séculos, resistiram ao tempo e à erupção do vulcão Vesúvio que destruiu a cidade no ano 79 a.C. O resultado da pesquisa de Lourdes foi um retrato detalhado das relações amorosas e sexuais da época.

Os relatos são bem corriqueiros, parecidos com os encontrados hoje na porta de qualquer banheiro público. Alguns são bastante açucarados: “Quem ama não deve se banhar em fontes quentes, pois ninguém que foi escaldado pode amar as chamas”, ou então “Viva quem ama, morra quem não sabe amar! Morra duas vezes mais quem proíbe o amor”. Outro, escrito na rua dos prostíbulos, é bem mais libertino: “Plácido aqui fornicou quem ele desejou”. Até as mulheres aproveitavam para mostrar sua força: “Se alguém procura nesta cidade abraços amorosos, saiba que nenhuma garota espera iniciativa de homem”, diz uma frase nos muros da Basílica. Outra diz apenas: “Miduse possuidora”.

Malandro esse povo de Pompeia, hein? Nem tanto. Para Lourdes, não existe pornografia ali, nós é que nos impressionamos demais. Se o sexo explícito hoje é tido como obsceno, em Pompeia nem as famílias mais refinadas se constrangiam ao pendurar imagens de sexo na sala. Segundo o costume da época, a imagem de um falo era a melhor forma de espantar o mau olhado e trazer sorte. Por esse motivo, foram encontrados nas ruínas diversos objetos com formato de pênis, além de paredes com o desenho do órgão sexual masculino.

O fato de imagens eróticas estarem em todo lugar também não significa que o povo de Pompeia fosse libertino, pelo contrário. Segundo Lourdes, os relacionamentos por lá eram bastante estáveis. “O amor era tratado como algo normal à vida, como comer e dormir. Por isso, era tão presente”, afirma Lourdes. É provável que os namoros em Pompeia não fossem tão diferentes dos de hoje: paixões avassaladoras e sexo nem sempre tórrido. Muito pouca devassidão. As paredes ouviam histórias menos picantes que nossa curiosidade gostaria de imaginar.

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