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Bem lembrado

Com esse reverberante histórico de injustiças, é até natural que fiquemos desconfiados sempre que o novo vencedor é anunciado.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h29 - Publicado em 31 out 2003, 22h00

Jerônimo Teixeira

Do irlandês James Joyce ao argentino Jorge Luis Borges, a lista dos esquecidos pelo prêmio Nobel inclui alguns dos maiores nomes da literatura do século 20. Com esse reverberante histórico de injustiças, é até natural que fiquemos desconfiados sempre que o novo vencedor é anunciado. Quem não conhece o premiado deste ano com toda razão pode perguntar se o sul-africano John Maxwell Coetzee – ou, como ele prefere assinar, J.M. Coetzee – foi escolhido por conta de sua qualidade estética ou da insondável cartilha política da academia sueca. A leitura de Desonra (Companhia das Letras), porém, basta para dissipar qualquer desconfiança: o mais recente Nobel é, de fato, um escritor de mão cheia. Vencedor de outro conceituado galardão literário – o Booker Prize de 1999 –, esse romance traça um devastador retrato da África do Sul pós-Apartheid. Narra a história de David Lurie, professor de literatura da Cidade do Cabo que se vê obrigado a abandonar sua carreira universitária depois de um escândalo sexual envolvendo uma aluna. Ele então vai reencontrar a filha, que vive em uma pequena fazenda no interior. É lá que a tensão implícita da narrativa explode com toda a violência: David é agredido e queimado por bandidos, que também estupram sua filha. Coetzee conduz seu personagem – e, com ele, nós, leitores – aos intoleráveis limites da vergonha e da humilhação. É graças a esse desencanto radical, a essa dureza sem concessões, que Desonra merece – aliás, supera – os prêmios angariados por seu autor.

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