Big brother médico
Os truques e as tecnologiasda medicina para enxergar o interior do corpo humano
Texto Ana Paula Chinelli
CINTILOGRAFIA
Em uso desde: IInício dos anos 80.
Como funciona: O paciente ingere uma substância radioativa, que se acumula em regiões com alta atividade celular – um indício de câncer. Quanto maior for a atividade, mais radiação será registrada pela foto. Na imagem ao lado, há um tumor no pulmão.
O que mede: Intensidade da atividade celular, sem detalhes anatômicos. Manchas indicam excesso de atividade celular. A falta de pontos pretos indica pouca atividade celular – como em casos de demência cerebral.
Onde é usada: Em qualquer parte do corpo humano.
TOMOGRAFIA
Em uso desde: 1972.
Como funciona: Um aro ao redor do corpo emite radiação de vários posições. Um sensor recebe essa radiação e calcula a densidade do tecido atravessado. O resultado é uma imagem construída a partir dos dados captados.
O que mede: Cada tom de cinza representa uma densidade diferente.
Onde é usada: Órgãos, ossos, vasos ou tecidos moles.
PET-CT
Em uso desde: 2000.
Como funciona: PET- CT é a sigla em inglês para tomografia computadorizada e por emissão de pósitrons. Ela combina dois exames – cintilografia e tomografia –, registrando a imagem a partir de vários ângulos para evitar sobreposições, e mostra um retrato com ótima definição.
O que mede: É capaz de analisar ao mesmo tempo a condição e a anatomia de um órgão. Assim, confirma a existência de um tumor e ainda determina com exatidão onde ele está.
Onde é usada: Grandes partes do corpo, como o abdômen.
ULTRA-M
Em uso desde: 1962 (o tridimensional, desde 1992).
Como funciona: O bastão emite uma onda sonora, que atravessa o corpo e retorna como um “eco” registrado pelo aparelho.
O que mede: O tamanho do eco permite reconhecer características do tecido e verificar irregularidades. Também pode medir o fluxo de sangue nas artérias e no coração.
Onde é usada: Tem bom resultado no pescoço e no abdômen, desde que não haja gases pela frente – eles atrapalham a propagação da onda. Por não emitir radiação, é considerado o exame mais inofensivo. Daí o uso em gestantes.
DENSITOMETRIA ÓSSEA
Em uso desde: 1994.
Como funciona: O aparelho, uma espécie de ampola, emite ondas eletromagnéticas de dois tipos diferentes. Uma, para encontrar tecidos moles. A outra, para ossos. Do outro lado da máquina, um sensor capta quanto de cada raio atravessou o corpo e queima uma chapa, revelando a condição esquelética.
O que mede: A densidade dos ossos. Na imagem, quanto mais zonas escuras, maior é a densidade.
Onde é usada: É um exame utilizado especialmente para o diagnóstico da osteoporose.
RESNÂNCIA MAGNÉTICA
Em uso desde: 1977.
Como funciona: A máquina forma um campo magnético fortíssimo, que agita as moléculas de água do corpo. Depois, estimula- as a liberar energia. Em seguida, capta essa energia e armazena os dados para construir a imagem de uma “fatia ” do corpo.
O que mede: A quantidade de água nos tecidos.
Onde é usada: Tem resultados melhores que a tomografia para tecidos moles ( cérebro, nervos, músculos e órgãos). Na cabeça, identifica tumores, problemas anatômicos do cérebro e mede a atividade cerebral.
RAIOS X
Em uso desde: 1895.
Como funciona: Uma onda atravessa o corpo e marca uma chapa na extremidade oposta. As imagens representam a densidade do que é exposto: o ar quase não retém ondas; partes líquidas seguram um pouco; gorduras um pouco mais; ossos retém bastante e objetos metálicos retêm praticamente todas (repare no pino colocado no joelho)
O que mede: A anatomia do esqueleto. Onde há branco, não chegaram as ondas. Onde há preto, elas chegaram em maior quantidade.
Onde é usada: Ossos. As imagens de músculos, água e gordura ficam muito semelhantes na imagem.
Para saber mais
https://www.radiologyinfo.org – Sociedade Radiológica da América do Norte
https://www.acr.org – Associação Americana de Radiologia