É verdade que a Igreja católica tem uma lista de livros que não devem ser lidos pelos católicos?
Tinha. O Index, como era chamada a lista, foi abolido em 1962 pelo Papa João XXIII, no Concílio Vaticano Segundo. Desde o início do cristianismo, a Igreja, de alguma forma, tentava censurar o que não devia ser lido pelos fiéis. No Livro dos Apóstolos, na Bíblia, há frases recomendando a queima dos manuscritos supersticiosos. Os papas também se encarregaram de desaconselhar escritos tidos como nocivos. No século XVI, o pontífice Pio V instituiu a Sagrada Congregação do Índice (o Index), que elaborou uma lista organizada das obras proibidas. A partir de então elas passaram a ser preparadas periodicamente.
Eram vetadas as publicações que propusessem qualquer tipo de heresia, superstição ou magia, que defendessem questões polêmicas como duelos e obscenidades ou que tratassem de assuntos religiosos desrespeitosamente. O prólogo do índice publicado em 1930, diz que “os livros irreligiosos e imorais estão, às vezes, redigidos em estilo atraente e tratam com freqüência de assuntos que afagam as paixões carnais e lisonjeiam o orgulho do espírito”. Faziam parte da lista livros como O Espírito das Leis e Cartas Persas, de Montesquieu, Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo, e A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Ainda bem que os costumes mudam.