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Como era a mítica cidade de Tróia?

Até o século 19, acreditava-se que a cidade da Ilíada era ficção. Mas escavações na costa da Turquia revelaram o que seriam as ruínas do lugar

Por Fabiano Onça
Atualizado em 22 fev 2024, 10h13 - Publicado em 5 jun 2017, 19h04

Tróia ganhou fama por causa do autor grego Homero. No poema épico Ilíada, escrito provavelmente no século 8 a.C., Homero narrou uma grande guerra entre gregos e troianos. Na obra, Tróia é descrita como uma poderosa cidade-Estado na costa da atual Turquia, um ponto estratégico que separa o Mediterrâneo do mar Negro.

Na Ilíada, o motivo da guerra é o rapto pelos troianos da esposa do rei de Esparta, uma cidade grega. Os gregos teriam reunido então 70 mil homens para a guerra, mas só conseguiram invadir e incendiar Tróia após dez anos de batalhas. Segundo a mitologia, os gregos só venceram após enganar os inimigos com o famoso cavalo de Tróia. Supostamente um presente para os troianos, o enorme cavalo de madeira levava vários soldados escondidos, que abriram as portas da cidade rival para a invasão do exército grego.

Até a metade do século 19, quase todos os historiadores achavam que Tróia era uma ficção. Ainda assim, alguns poucos arqueólogos mantinham escavações em busca da cidade. Foi então que Heinrich Schliemann, um rico alemão fascinado pela obra de Homero, resolveu investir numa escavação na costa da Turquia, onde o arqueólogo britânico Frank Calvert trabalhava havia 20 anos.

O grupo descobriu por lá não apenas uma, mas várias cidades superpostas, como se ela tivesse sido reconstruída muitas vezes, sempre sobre as ruínas da cidade anterior. É exatamente isso que mostra o infográfico abaixo.

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A maior parte dos especialistas se convenceu de que as ruínas eram de fato de Tróia. Ainda assim restam dúvidas sobre o conflito que ela teria travado contra os gregos. O mais provável é que não tenha havido uma grande guerra épica, mas várias batalhas ao longo de séculos de disputas entre dois rivais comerciais da época.

AS VÁRIAS ÉPOCAS DE TRÓIA

Das ruínas das nove Tróias sobrepostas, a 7 é a que mais lembra a cidade mitológica

Tróias 1 a 5

Quando: 2900 a.C. – 1870 a.C.

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(Sattu, Luiz Iria, Luciano Veronezi e Rodrigo Cunha/Mundo Estranho)

Por mais de 3 mil anos, Tróia foi destruída e reconstruída, somando nove cidades de épocas diferentes no mesmo lugar. Entre Tróia 1 e Tróia 5, a região parece ter abrigado apenas prósperos comerciantes, que se aproveitavam da ótima localização geográfica

Tróia 6

Quando: 1870 a.C. – 1600 a.C.

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(Sattu, Luiz Iria, Luciano Veronezi e Rodrigo Cunha/Mundo Estranho)

Foi a primeira versão mais imponente da cidade, com muralhas sólidas. Nas ruínas não foram achadas pontas de flechas ou outros artefatos militares. Por isso, os historiadores acreditam que Tróia 6 foi destruída por algo natural, como um terremoto

Tróia 7

Quando: 1250 a.C. – 1020 a.C.

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(Sattu, Luiz Iria, Luciano Veronezi e Rodrigo Cunha/Mundo Estranho)

Os arqueólogos estimam que a cidade dessa época era uma metrópole que abrigava 10 mil habitantes! Como aqui também foram achados sinais de confrontos militares e de destruição provocada, acredita-se que esta tenha sido a Tróia descrita na Ilíada

1) Em cima do muro
Em Tróia 7 foram descobertas ruínas de muralhas com 9 m de altura e outros 18 m de fundações abaixo do solo! Ou seja, Tróia 7 teria muralhas tão firmes e grandiosas como as que frearam os ataques gregos à cidade na versão mitológica

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2) Nada de Apolo
Pela versão mitológica, Tróia teria um grande templo para Apolo, deus que apoiava a cidade. Por isso, os arqueólogos buscam vestígios dele. Mas o máximo que se encontrou até agora nos sítios arqueológicos da região são menções a templos de Apolo

3) Rastros de ódio
Nas escavações surgiram vestígios de flechas e ossadas humanas com sinais de morte violenta. Além disso, várias construções tinham marcas de incêndio. São pistas que batem com a suposta guerra com os gregos, que teriam queimado Tróia após invadi-la

Tróias 8 e 9

Quando: 700 a.C. – 400 d.C.

(Sattu, Luiz Iria, Luciano Veronezi e Rodrigo Cunha/Mundo Estranho)

A região foi abandonada por séculos até ser reocupada, por volta de 700 a.C., por colonos gregos – Tróia 8. O último extrato de ruínas (85 a.C – 400 d.C) é de uma cidade romana – Tróia 9 –, cujos habitantes já vendiam suvenires… do cavalo de Tróia!

 

 

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