Nos anos 50, muitos cientistas se empenharam em estudar bacteriófagos, os vírus que atacam as bactérias. Só que esbarravam em um fato esquisito: alguns vírus conseguiam se desenvolver dentro de uma população de bactérias e não em outras, da mesma espécie e muito semelhantes. Desanimados, todos os pesquisadores abandonaram as experiências, com exceção dos microbiologistas suíços Jean Weiglé e Werner Arber. Weiglé morreu no meio do trabalho, mas Arber foi até o fim. Ele observou que algumas bactérias produziam enzimas capazes de cortar em vários pedaços o DNA (a molécula que carrega as informações genéticas do organismo) dos vírus. Por isso, eles não conseguiam atacá-las. Sorte da bactéria, de Arber e da engenharia genética. Graças à descoberta dessas enzimas, hoje é possível picar uma molécula de DNA para estudá-la em detalhes.