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Desincrustação fotônica: Faxina a laser na catedral

Restauradores franceses estão usando um aparelho de raio laser para limpar monumentos históricos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h08 - Publicado em 31 mar 1993, 22h00

A maior catedral francesa, construída entre 1220 e 1270 em Arniens, 100 quilômetros ao norte de Paris, resistiu à conquista da cidade pelos espanhóis em 1597, à fúria devastadora da Revolução Francesa e aos bombardeios de duas guerras mundiais. Dentro em pouco ela também terá triunfado contra a ação do tempo. Munidos de uma nova ferramenta – a desincrustação fotônica -, restauradores dos monumentos históricos da França descobrem, a cada dia, a profusão de cores que realçava a construção do puro estilo gótico em sua época áurea. Os pacientes operários, acostumados a empunhar instrumentos cirúrgicos e avançar a passos de tartaruga, apoderam-se agora do preciso e potente raio laser, graças ao qual se pode remover a poeira dos séculos sem que as pedras sofram alterações.

O aparelho – único no mundo – levou mais de vinte anos para chegar às mãos hábeis dos restauradores. “O maior problema foi encontrar o laser adequado a este trabalho”, explica Geneviève Orial, engenheira do Laboratório de Pesquisa dos Monumentos Históricos. “Precisávamos de algo potente, mas extremamente modulável, que se adaptasse a diversas pedras e ao acúmulo de poluição”. Ligado na corrente elétrica, um flash excita uma barra revestida com grãos de alumínio e ítrio, encharcada também com um terceiro elemento químico, o neodírnio. Essa barra emite um feixe laser que é amplificado numa caixa de ressonância constituída de espelhos refletores. Em seguida, os raios são concentrados por meio de urna lente. “Assim, pode-se variar o diâmetro do impacto do raio de acordo com a espessura e com o tipo de impurezas”, completa Geneviève.

Além de ser regulável e agir unicamente sobre a sujeira, o feixe emite uma energia limitada – de apenas 1 joule, o equivalente a 4,3 calorias -, incapaz de aquecer e danificar o suporte. Tampouco acrescenta qualquer tipo de material estranho às pedras, ao contrário dos jatos de areia utilizados com freqüência nesse tipo de trabalho. “Laser é luz e a luz não entra em contato com o material. Apenas cria urna ressonância mecânica que descola as partículas indesejáveis.” O único resíduo que parece resistir à nova tecnologia é urna infindável querela entre historiadores: para uns, a catedral deve retomar à policromia do passado. Para outros, deve guardar apenas os tons das pedras.

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