É sangrento
Dois especialistas em evolução dizem que o sexo atrapalha o desenvolvimento das espécies.
Tiago Cordeiro
Darwin É Cruel. A teoria dele diz que a vida é uma selva e só os mais aptos sobrevivem. Mas em um ponto o britânico pegava leve. Para ele, a reprodução era um momento de trégua. Pois parece que nem nessa hora a natureza deixa de ser dura. Para os professores Göran Arnqvist e Locke Rowe, o sexo é uma atividade tão agressiva que dificulta a evolução das espécies. Os dois defendem essa tese no livro Sexual Conflict (“Conflito Sexual”, sem versão em português). Para eles, a guerra dos sexos tem a função evolutiva de aumentar a variedade genética. Conheça as estratégias mais usadas nessa batalha.
Sufocamento
Quando a fêmea da cobra-coral tenta evitar o sexo, o macho bloqueia suas vias respiratórias até que ela, sufocada, abra a cloaca. Entre os crustáceos, o macho se aproveita das fêmeas jovens, que não têm força para resistir. Os tubarões mordem as namoradas no pescoço.
Espancamento
Entre as focas marinhas, os crustáceos e as abelhas, é comum que fêmeas que resistem sejam esmagadas. Entre os patos, o índice de mortalidade das fêmeas, que são assassinadas por dezenas de machos que brigam por ela, chega a 10% na Inglaterra.
Drogas
Para facilitar o trabalho, os machos de algumas espécies de aranhas e escorpiões injetam anestésicos nas fêmeas. Os morcegos são ainda mais safados. Como eles hibernam em horários diferentes dos das fêmeas, eles se aproveitam das coitadas enquanto elas dormem.