Nos anos 60, enquanto o mundo discutia a revolução sexual, estava nascendo na África um pequeno homicida que viraria o inimigo número 1 do sexo livre. Era o HIV, o vírus causador da Aids. A confirmação foi divulgada em fevereiro: os mais antigos exemplares desse estraga-prazeres foram achados numa amostra de sangue que havia sido extraída em 1959 de um cidadão da República do Congo para um exame de rotina. A equipe do virologista americano David Ho desengavetou a amostra e provou o que já se suspeitava: que o vírus da Aids já está em ação há quatro décadas. Um dos motivos da desconfiança é que o vírus aparece sob várias formas, ou mutações, e se ele fosse muito recente essas variedades não teriam tido tempo de evoluir. Ho disse à SUPER que vai examinar os genes do micróbio achado no Congo para verificar quais sofreram mutações e quais permaneceram iguais desde aquele tempo. É que os pedaços de DNA que não mudaram devem ser mais importantes para o vírus. “Então, se pudermos achar um jeito de neutralizá-los, podemos chegar a uma boa vacina contra o HIV”, explicou o cientista.
Quase todo o HIV do mundo
De cada três casos da doença, dois estão na África.
Na África, berço do HIV, estão 20 milhões de portadores do vírus, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, da ONU. O total no mundo é de 30,6 milhões. Veja no mapa os países mais atingidos.
Nigéria
O governo estima que 2,2 milhões tenham Aids
Uganda
De 5% a 9% da população do país está infectada
Congo
No país onde surgiu a epidemia, não há estatísticas confiáveis
Zimbábue
A cada cinco adultos, um está com o vírus
África do sul
Cerca de 2,4 milhões de sul-africanos são portadores do HIV
Toda a família do vírus
Árvore genealógica mostra os vários tipos de HIV encontrados no homem e nos macacos.
O vírus recém-descoberto é da espécie HIV-1 M, a mais perigosa. Há outros dois vírus da AIDS em humanos, o HIV-1 O e o HIV-2.