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Este é o mapa da internet INTEIRA. Em 1973.

Quando era uma recém-nascida, a internet cabia numa folha de papel – e o mundo todo usava menos dados que o seu pacote de celular.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 set 2021, 22h12 - Publicado em 16 dez 2016, 19h52

Antes dos memes e vídeos de gatinhos, a internet inteira cabia numa folha de papel. Era a ARPANET, precursora da nossa rede, que ganhou fama de ter sido criada como um sistema militar desenvolvido para ajudar os EUA na Guerra Fria.

Essa reputação é mais ou menos injusta – a ARPANET, de fato, foi uma criação da DARPA, a agência de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Defesa americano. A primeira rede era altamente exclusiva e conectava terminais individuais de universidades e centros de inteligência do governo através de um conceito inovador de sistema.

A internet começou tão exclusiva que aparece completamente irreconhecível em um mapa que veio à tona recentemente no Twitter. Datado de maio de 1973, quando a rede tinha apenas 4 anos, o mapa foi publicado por um programador do Museu de Arte Carnegie, na cidade americana de Pittsburgh, David Newsburry.

A figura foi encontrada no meio de artigos científicos que pertenciam ao pai dele, que trabalhava na Faculdade de Ciências da Computação da Universidade Carnegie Mellon quando a internet era apenas um bebê.

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O mapa ajuda a contar a história da rede. Quando a ARPANET nasceu, em 1969, ela ainda não tinha uma aplicação comercial nem militar planejada. Servia para testar a transmissão de dados segundo um modelo de “sistema distribuído”.

sistemas-informacao
(Universidade de Manchester)

Os computadores eram “nós” no sistema, todos conectados entre si. Ao invés de ter um terminal central que fazia as transmissões de arquivos através de um “caminho principal”, os dados seriam divididos em “pacotes” e transmitidos por diferentes rotas dentro do sistema. Assim, criava-se uma rede bem mais estável e segura, garantindo que os dados não fossem perdidos mesmo que um ou mais terminais tivesse problemas.

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No começo, os únicos nós eram a Universidade de Utah e três centros de pesquisa na Califórnia. Já na data do mapa, a ARPANET já tinha mais de 40 nós espalhados pelos EUA. Até o Havaí entrou na brincadeira, com uma conexão por satélite.

Meses depois do mapa ser desenhado, a internet se tornou internacional, ganhando links via satélite com a Inglaterra e a Noruega. Ela ainda estava estendendo seus galhos, mas já trocava 2,9 milhões de pacotes por dia. O problema é que cada pacote tinha, no máximo, 1.000 octetos. Cada octeto é um byte – ou seja, 1 KB. São 2,9 GB de dados sendo trocado pelo mundo inteiro em 24 horas. Hoje em dia, com uma conexão razoável (vamos dizer, uns 10 mega), você baixa um filme de 3 GB em 50 minutos.

Mas a internet só ganhou o mundo mesmo com o surgimento do protocolo HTTP, que é o que te permite digitar o endereço da Super, chegar até este nó da internet e enxergar o site ao invés de um monte de dados crus em uma tela esverdeada. Aí a rede já não era mais a Arpanet e sim a World Wide Web – e esta aí uma folha A4 não daria conta de mapear.

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