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Fim de uma era

A Nasa queria estimular passageiros civis a ir ao espaço. Em apenas 73 segundos, o objetivo caiu por terra - e preparou a aposentadoria dos ônibus espaciais

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h16 - Publicado em 2 fev 2013, 22h00

Andréia Castro

Acidente aeroespacial
Estados Unidos – 1986 – 7 mortos

Após vários dias de adiamento, o ônibus espacial Challenger finalmente chegaria ao espaço, em 28 de janeiro de 1986. Era um momento muito esperado, e com razão: a professora primária Christa McAuliffe estava entre os astronautas. Com a medida, a Nasa (agência espacial americana) tinha o objetivo de aproximar a aventura espacial das pessoas comuns. Mas, passados 73 segundos do lançamento, a nave se desfez em pedaços no ar.

A investigação sobre as causas do acidente revelou que o desastre tinha relação direta com o frio que fazia naquela manhã. “Ocorreu um vazamento de gases superaquecidos na fresta de uma das juntas de borracha”, afirma Petrônio Noronha de Souza, chefe do Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Se a temperatura no dia fosse mais alta, a junta provavelmente teria se comportado de forma normal.” A Nasa sabia do problema, mas o subestimou.

Depois da tragédia, Washington decidiu limitar a função dos ônibus. Diferentemente do que se previa até 1986, eles não seriam mais usados como lançadores de satélites comerciais nem realizariam missões encomendadas pelo Departamento de Defesa. As naves serviriam apenas para lançar satélites da própria Nasa. Para o governo americano, a decisão transformava o programa de ônibus especiais em um grande desperdício de dinheiro: o gasto de US$ 170 bilhões no desenvolvimento do equipamento só se justificava porque ele teria uma utilidade mais ampla. “Os ônibus espaciais são as máquinas mais complexas já criadas pelo homem”, diz o engenheiro do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) José Bezerra Pessoa Filho. “Mas os riscos se mostraram grandes demais.”

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Para a Nasa, a mudança de metas significava uma série de cortes no orçamento e o fim do sonho de popularizar as viagens espaciais, algo que só começaria a acontecer no século 21, pelas mãos da iniciativa privada.

Em 2003, o programa ainda sofreria nova baixa, agora com a Columbia (leia ao lado). Depois do último voo da espaçonave Atlantis, em 21 de julho de 2011, a agência colocou um ponto final nos 30 anos de existência dos ônibus espaciais. Nesse período, Columbia, Challenger, Discovery, Endeavour e Atlantis somaram 133 viagens bem-sucedidas e lançaram mais de 70 satélites, incluindo o telescópio Hubble.

As passarelas que caíram tinham 37 metros 29 toneladas cada

A profissão mais arriscada
Os acidentes fatais com astronautas que mudaram a exploração espacial

Apollo 1
Um incêndio dentro da cápsula da Apollo 1, em 1967, provocou a morte dos 3 astronautas que treinavam para a primeira missão tripulada do programa da Nasa.

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Soyuz-1
No final da missão do cosmonauta russo Vladimir Komarov, também em 1967, os paraquedas falharam e a nave se espatifou no chão a 320 km/h.

Soyuz-11
Três cosmonautas faleceram em junho de 1971, vitimados por uma despressurização no módulo.

Columbia
Em fevereiro de 2003, o ônibus espacial se desintegrou ao reentrar na atmosfera terrestre, com 7 astronautas a bordo.

VLS
O foguete projetado para lançar satélites explodiu em agosto de 2003 dentro da plataforma de lançamento de Alcântara, no Maranhão. Morreram 21 técnicos.

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