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Hollywood vai à guerra

Após o atentado de 11 de setembro, o governo americano reúne executivos da indústria cinematográfica para pedir ajuda na guerra de propaganda.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h25 - Publicado em 31 mar 2002, 22h00

Priscila Lambert

Dois meses após o atentado de 11 de setembro, o governo americano convocou para a guerra um reforço de peso: os artistas de Hollywood. Membros das agências de inteligência reuniram-se com executivos da indústria cinematográfica para pedir ajuda na guerra de propaganda. Espera-se muito patriotismo nos filmes que estão nos fornos das produtoras. Agora, o reforço promocional vai se estender à telinha: a rede ABC anunciou a criação de uma série semanal sobre a empreitada contra o terror. A idéia é seguir os passos das tropas americanas em missões antiterror. O programa, que vai estrear no segundo semestre, terá uma voz ufanista e o Pentágono, é claro, aprovou o projeto e ofereceu cooperação.

O uso da indústria de entretenimento para fins militares pode soar um pouco chocante, mas não é novidade. Exemplos de utilização da ficção como canal publicitário para as ações militares americanas são numerosos. As TVs sempre incluíram documentários pró-Aliados ou anti-russos em sua programação. E Hollywood já bombardeou orientais, nazistas, comunistas e, há alguns anos, tem os árabes como alvo. Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo americano montou uma sofisticada estrutura para influenciar a opinião internacional. O Brasil foi alvo desse bombardeio de imagens. Com a ajuda de Walt Disney (que criou o Zé Carioca) e de Carmen Miranda (o orgulho brasileiro em Hollywood), entre outros, nos rendemos à causa da “liberdade das Américas” e nos aliamos aos americanos contra Hitler.

Soldados da liberdade

A propaganda de guerra americana ajudou a ganhar uma porção delas

Herói – Capitão

América

Finalidade – Criado em 1941 a pedido do governo, às vésperas da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, é o grande representante da ideologia americana nos quadrinhos. O soldado Steve Rogers toma um soro experimental que lhe dá superpoderes. Já na primeira edição, o herói estapeia Adolf Hitler

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Herói – Zé Carioca (à direita)

Finalidade – O papagaio malandro deve sua vida à política de boa vizinhança do governo americano. Durante a Segunda Guerra, Walt Disney foi recrutado para ajudar na aproximação das Américas

Herói – Carmen Miranda

Finalidade – O êxito internacional da “Brazilian Bombshell” deve muito à política de aproximação das Américas da Segunda Guerra. Convocada pelo governo, Hollywood forneceu um veículo para divulgar a cantora

Herói – Mickey Mouse

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Finalidade – O rato mais famoso do mundo foi cooptado por Disney para defender os EUA na Segunda Guerra. Sua imagem simpática e sensata foi usada em materiais publicitários – de emblemas a cartazes nos quais lembrava aos americanos o ataque japonês a Pearl Harbor

Herói – General Patton

Finalidade – Figura real da Segunda Guerra, o estrategista militar tornou-se um profeta da Guerra Fria no filme Patton: Rebelde ou Herói?, propondo o avanço sobre terras russas e discursando sobre a superioridade americana. Nixon teria ordenado a invasão do Cambodja após ver o filme

Herói – John Rambo (acima)

Finalidade – O personagem de Silvester Stallone é o símbolo do militarismo da era Reagan. Ele surgiu para contra-atacar a filmografia crítica e pacifista (Apocalipse Now, Platoon) que despontou após a derrota no Vietnã. Em Rambo 3, o herói faz amizade com os soldados de Bin Laden

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