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Inteligência artificial revela desenho inédito nas Linhas de Nazca

Trabalho foi chefiado por grupo de pesquisadores japoneses, que encontraram 143 novos geoglifos na região. As figuras foram feitas 2 mil anos atrás.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 21 nov 2019, 19h35 - Publicado em 21 nov 2019, 19h33

Incrustadas nas planícies do sul do Peru, as Linhas de Nazca são maravilhas milenares da engenharia: uma coleção de centenas de geoglifos – representações gigantescas de animais, plantas e formas geométricas variadas – riscadas no solo, que só ganham um significado quando vistas de cima. A hipótese mais provável é que os desenhos, que se estendem por uma área de 450 m2, tenham sido feitos por sociedades pré-incas entre os anos 100 a.C e 300 d.C.

Pesquisadores identificaram esse peculiar conjunto de esboços no deserto de Nazca no final da década de 1920. Desde então, a região virou alvo de diversos grupos de estudo – e se tornou até patrimônio mundial reconhecido pela Unesco, em 1994. Tamanha visibilidade não implica, no entanto, que as famosas linhas tenham deixado de guardar segredos. A maior prova disso é que pesquisadores da Universidade Yamagata, no Japão, encontraram recentemente 143 novas figuras, que estavam escondidas todo esse tempo no local.

Revelar novas formas em Nazca não é uma tarefa muito simples. Tudo porque os desenhos milenares podem estar escondidos, ou estragados por séculos de erosão e inundações ou modificados por intervenções humanas recentes, como estradas. Até 1994, eram apenas 30 figuras conhecidas.

A nova série de geoglifos foi fruto de um trabalho intensivo de análise no local, iniciado ainda em 2004. As últimas imagens a dar as caras se dividem em dois grupos: o primeiro consiste em desenhos de animais com mais de 50 metros de tamanho – feitos, provavelmente para demarcar locais de ritual, entre 100 e 300 d.C. No outro grupo estão os símbolos menores – mais antigos (datados do ano 100 a.C.), eles eram usados para marcar o caminho de viajantes que perambulavam por ali.

“Segundo os pesquisadores, todas as figuras foram criadas com a remoção de rochas negras que cobriam o terreno, expondo a areia embaixo”, destaca um comunicado. A mais curiosa das 143 novas formas, no entanto, é uma representação humana que você pode conferir no vídeo abaixo:

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Mais do que a peculiaridade do riscado que imita feições humanas, chama a atenção a maneira como ele foi revelado ao mundo. Quem ajudou na descoberta foi uma inteligência artificial criada pela IBM, gigante do setor de tecnologia. O algoritmo encontrou a forma inédita entre figuras bastante conhecidas – como a do beija-flor, que você pode ver nesta imagem – enquanto rastreava uma área de 5 quilômetros quadrados. O desenho humano é pequeno, tem apenas 4 metros de altura e 2 de largura, e parece segurar na mão direita algo parecido com um cajado – ou uma arma branca, quem sabe.

A ideia é que, com ajuda da inteligência artificial, o trabalho minucioso de encontrar novos segredos nas Linhas de Nazca ganhe novo ritmo. Enquanto cientistas precisaram de mais de uma década para confirmar a existência de boa parte dos desenhos, o algoritmo foi capaz de acusar os novos traços “humanos” em um intervalo de dois meses.

O plano, agora, é combinar a tecnologia com imagens da PAIRS, outra ferramenta da IBM, que pode oferecer informações importantes sobre a geologia da região. Coletar um número maior de informações sobre a localidade pode servir para entender seu propósito de criação, bem como orientar novas formas de conservar esse patrimônio.

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