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Jornalismo bunda-mole

E me dá uma alegria enorme quando vejo uma exceção à regra. Veja por exemplo a Giovana Sanchez, essa menina bonita que posa no deserto aí embaixo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h22 - Publicado em 31 jan 2007, 22h00

Denis Russo Burgierman, diretor de redação

Por favor, me desculpe o título mal-educado. Mas às vezes fico irritado. Ando achando o jornalismo praticado na maior parte dos jornais, revistas e TVs do Brasil de uma bunda-molice exasperante. Ninguém mais ousa? Ninguém mais investe? Ninguém inova?

E me dá uma alegria enorme quando vejo uma exceção à regra. Veja por exemplo a Giovana Sanchez, essa menina bonita que posa no deserto aí embaixo. Estudante de jornalismo na Federal de Santa Catarina, ela resolveu aproveitar uma oportunidade que a faculdade dá – o trabalho de conclusão de curso – para fazer uma reportagem inédita. A Giovana se interessou pe­la Al Jazeera, o canal de TV árabe que está na boca do povo desde que transmitiu com exclusividade os vídeos ameaçadores de Bin Laden, após o 11 de Setembro. Aí ela pesquisou e descobriu uma coisa acachapante: praticamente nenhum jornalista do Ocidente tinha visitado a rede. Estava todo mundo falando da Al Jazeera, uns acusando-a de ser terrorista, uns declarando que é a única rede de TV verdadeiramente livre, uns até jogando mísseis nela. Mas ninguém que não fosse árabe se deu ao trabalho de ir lá ver. Precisou uma brasileira de 22 anos, cheia de coragem e disposição, para saber como as coisas são de verdade.

A Giovana bancou a viagem com recursos próprios, encarou o preconceito dos árabes de ver uma moça viajando sozinha (o que por lá é visto como prova incontestável de prostituição) e a falta de educação de alguns funcionários da rede, que a trataram a patadas. Arrumou uma amiga em Doha pela internet – a filha de um técnico de futebol brasileiro – e meteu as caras. Ou seja, não foi bunda-mole. E escreveu a reportagem da página 74, que conta a história da Al Jazeera, um canal que até tem os seus defeitos, mas tam­­­bém não é bunda-mole.

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A Super, igualmente, tem feito força para escapar da bunda-molice reinante – publicando reportagens como essa, feitas in loco, corajosas, com uma visão das coisas diferente do lugar- comum, da repetição, do que todo mundo já sabe. Espero que isso tudo – em especial a disposição da Giovana – sirva de inspiração para o resto da imprensa.

Grande abraço!

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