Laser no campo de batalha
Novas armas de luz mostram que o laser pode ir além das apresentações de PowerPoint.
José Sérgio Osse
As pistolas laser ainda estão longe. Mas um tanque assim pode chegar logo. O Departamento de Defesa dos EUA lançou um desafio às empresas de tecnologia militar: desenvolver um canhão que sustente um raio de 100 quilowatts de potência por pelo menos 300 segundos – o suficiente para derrubar mísseis pequenos. O prazo termina em 2008. A novidade dessa história, no entanto, nem é a arma laser em si. A primeira vez que um canhão desses conseguiu derrubar um míssil (em testes) foi em 1978. Em 2004, a construtora de armas Northrop Grumman conseguiu afinar o sistema e acertar até alvos minúsculos, como morteiros – usando uma potência até maior que os 100 quilowatts. Se é assim, qual o sentido desse desafio do Pentágono? Simples: esses canhões não podem se mover. O problema é o combustível deles. São dois compostos químicos que, combinados, produzem um gás. E ele fornece a luz do laser. Só que, para produzir o tal gás na quantidade suficiente para um tiro, vão caminhões de produtos químicos. Literalmente. Então eles precisam construir uma fábrica debaixo do canhão para a coisa funcionar. Nada prático para um campo de batalha, certo? O que o Pentágono quer, então, é um canhão tão forte quanto os de laser químico, mas que seja pequeno o suficiente para caber num tanque ou num caminhão. Aí o jeito é imitar aqueles laser pointers de chaveiro: usar energia elétrica, um combustível bem menos potente que os produtos químicos. Mesmo assim, as coisas estão andando. Uma das empresas no páreo, a Lawrence Livermore, fez neste ano um laser elétrico capaz de derrubar morteiros a 1 quilômetro de distância. Por enquanto, a potência está na casa dos 25 quilowatts – o que dá uns 5 milhões de laser pointers juntos. Se cuida, Hans Solo.