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Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h24 - Publicado em 30 set 1998, 22h00

Roberto Barros de Carvalho

Ele adorava inventar moda. Saía de casa para os cafés a bordo de um balão. E conquistou Paris com seus sapatos plataforma. Alberto Santos-Dumont pôs a França aos seus pés quando decolou, em 1906, no primeiro avião.

Filho de um engenheiro, Alberto Santos-Dumont já conduzia tratores a vapor na fazenda de café do pai, em Ribeirão Preto (SP), aos 7 anos. Foi sempre apaixonado por Mecânica. Dos tratores passou às locomotivas. Nas horas vagas, devorava romances de Jules Verne.

Aos 18 anos mudou-se para Paris, para completar os estudos. Impaciente com a disciplina acadêmica, contratou um professor particular para lhe ensinar o que ele mesmo quisesse. Imediatamente procurou gente ligada à Aeronáutica. Seus planos já estavam definidos: queria voar. Em 1898, fez sua primeira viagem a bordo de um balão.

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Em 1901, sua carreira de piloto e construtor de máquinas voadoras já era famosa. Foi o primeiro a usar gás de rua nos balões, em vez de hidrogênio, barateando custos e reduzindo riscos de incêndio. Inventou o hangar, permitindo que se guardassem balões inflados. Foi o primeiro a colocar um motor a explosão num balão.

Era um aristocrata do café. Baixinho, media apenas 1,50 metro de altura e pesava 50 quilos. Mas era um baixinho que voava. Na capital da moda, ficou famoso pelos ternos de riscas verticais e golas altas. Inventou o sapato de plataforma. Passeava por Paris a bordo dos balões. Saía de sua casa, na Avenida Champs-Elisées, e ia até os cafés e o parque público do Bois de Boulogne, sem congestionamentos, pelo ar. Paris inteira o reverenciava.

O dia 23 de outubro de 1906 foi uma consagração. A bordo de uma frágil estrutura de bambu coberta de linho, com um motor acoplado atrás, o 14-Bis, Dumont voou 60 metros, a 3 metros de altura. Era o primeiro aparelho feito pelo homem a decolar por meios próprios – afinal, o aeroplano dos irmãos americanos Orville e Wilbur Wright, que voara um ano antes, precisou de uma catapulta para decolar. Estava inventado o avião.

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Mas, aos 40 anos, ele despencou de sua vida de aristocrata aéreo. Uma grave esclerose múltipla roubou-lhe o ânimo e os reflexos. No dia 23 de julho de 1932, torturado pelo ronco dos aviões que voavam para bombardear São Paulo – era a Revolta Constitucionalista –, enforcou-se com a gravata, no banheiro de um hotel no Guarujá (SP).

Ficha técnica

Nome

Alberto Santos-Dumont

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Nascimento

20 de julho de 1873, na Fazenda Cabangu, município de João Gomes (hoje Santos Dumont), Minas Gerais

Morte

23 de julho de 1932, no Guarujá, São Paulo

Formação

Acadêmica, nenhuma. Conhecia Física, Química, Mecânica e Eletricidade

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Ocupação

Engenharia Aeronáutica

Destaque

Construiu o primeiro aparelho mais pesado do que o ar que levantou vôo por meios próprios

Eureka! Eureka! Eureka!

Como domar um charuto de hidrogênio

Em maio de 1898, quando Santos-Dumont entrou num balão a hidrogênio pela primeira vez, voar nesses cogumelos de gás era uma loteria. Era fácil decolar, mas impossível prever aonde o vento – e a sorte – levariam o aparelho.

A falta de dirigibilidade era o maior obstáculo para o avanço da Aeronáutica. Em 1901, o brasileiro resolveu experimentar algo que, até então, nem sequer se sonhava: acoplar um motor a explosão, novidade usada apenas em triciclos, a um balão. Comprou um triciclo e pendurou-o numa árvore. Encantado, viu que, no ar, o motor a petróleo vibrava de maneira estável e leve. Perfeito. “Nesse dia começou minha vida de inventor”, escreveu, em 1918. Com um balão em forma de charuto – os outros tinham o formato convencional de cogumelo –, estava criado o primeiro dirigível movido a motor, o avô dos Zepelins. Três décadas depois, esses balões cruzariam o Atlântico.

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“Ao ver pela primeira vez um motor a petróleo, fiquei paralisado. Era como se tivesse encontrado ali o meu destino.”

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