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Mitológicos reis da África

Pequeno perfil e história dos mitológicos reis da África.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h10 - Publicado em 31 dez 1990, 22h00

Na Europa, eles são chamados “reis negros” da África, numa entonação que está mais para o deboche do que para a admiração. São os chefes das tribos que habitavam o continente quando os europeus iniciaram a colonização daqueles territórios. Hoje, as colônias tornaram-se países independentes, governados, quase todos, à maneira européia. Mas as tribos continuaram a existir, dentro desses Estados, cultivando suas tradições, seus hábitos, dialetos — e sobre essas questões os antigos reis ainda dão a última palavra. Seus antepassados, poderosos guerreiros, inquietaram os colonizadores europeus; hoje, eles ainda são capazes de inquietar os governantes a que estão submetidos

O mant Yav, imperador dos lundás (Zâmbia), jamais se separa de seu bracelete sagrado, símbolo de sua autoridade. Pesa 4 quilos e é feito de tendões humanos trançados como corda. Na Costa do Marfim, o governo pediu emprestadas as relíquias do rei de Agnis, para uma exposição em Paris, e esqueceu de devolvê-las. Uma maneira astuciosa de confiscar-lhe o poder. A força dos antepassados está, quase sempre, representada num objeto sagrado. Em Burundi, é um tambor; na região dos akans um tamborete; na terra dos bayékés, no Zaire, uma concha tornada sagrada pelos sacrifícios humanos feitos no passado.

As pesquisas mais autorizadas indicam que foi na África que surgiu o homem. Historiadores modernos situam o início da história africana entre o sétimo e o sexto milênio antes de Cristo. Tempo mais do que suficiente para a formação de dinastias cheias de tradições. Mas, em 1885, uma conferência realizada em Berlim, na Alemanha, decidiu a partilha do território africano entre a França, a Alemanha, a Bélgica e a Inglaterra, que intensificaram a colonização. Séculos de tradições foram destruídos em poucos anos, enquanto os exércitos daqueles países se empenhavam numa ambiciosa luta de conquista.

Duas gerações foram suficientes para a administração colonial enquadrar os reis, que perderam seus poderes de vida e morte sobre os respectivos súditos. O código penal sobrepujou o direito consuetudinário (apoiado nos costumes), mas não o eliminou de todo. Afinal, não é tão simples apagar séculos, em alguns casos milênios, de tradições. Por isso os reis negros continuam lá, liderando seus povos, conservando muito da bizarra pampa de sua realeza, ainda que seu poder efetivo em geral não vá além de decidir querelas sobre bruxarias.

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