Adriano Silva
Não lembro de termos entrado um ano no Brasil com tanto otimismo quanto em 2001. Ao que parece, não se trata de uma euforia ligeira prenunciando o próximo período de magreza, como nos aconteceu tantas vezes. O mais provável é que o país esteja próximo, como nunca antes, de inaugurar um ciclo de crescimento econômico sustentável. E isso é muito bom.
Na Super, modestamente, vivemos uma situação parecida. Entramos o ano com uma ótima notícia. A capa de dezembro, “Aids: o HIV é inocente?”, vendeu 106 000 exemplares em banca. É a primeira vez na história da revista que essa venda rompe a barreira dos seis dígitos. O que permite à Super ingressar num clube bastante seleto, do qual fazem parte apenas uma dúzia de publicações no Brasil.
Estamos otimistas em relação a 2001. Não acreditamos que essa conquista na banca, uma das arenas fundamentais para qualquer revista, tenha sido um fato isolado. Primeiro, porque a capa de janeiro, “O fim do câncer?”, tem números preliminares que apontam para uma venda também superior a 100 000 exemplares. Depois, porque estamos convictos de que a edição que você tem em mãos, seja na matéria de capa – assinada pelo editor especial Jomar Morais, que apresenta a enorme e crescente polêmica envolvendo as vacinas –, seja em qualquer outra reportagem ou seção, reúne todas as condições para repetir a dose: novidade, relevância, utilidade, apuro. Enfim, bom jornalismo.
É possível que a reforma editorial que gerou a nova Super em agosto do ano passado tenha preparado a revista para ingressar de vez nesse novo patamar. É possível também que estejamos inaugurando um ciclo de crescimento sustentável na revista. Parecido com o que – oxalá, bata aí três vezes na madeira – o Brasil está prestes a experimentar.
Como notícia boa sempre vem acompanhada (subverto o ditado em nome do otimismo), gostaria de registrar a indicação da Super, por meio do editor Denis Russo Burgierman, da (infelizmente) ex-chefe de arte Joana Figueiredo e do infografista Luiz Iria, como finalista do Prêmio Esso de Jornalismo, edição 2000, na categoria Criação Gráfica, com a matéria “Derrame negro”, publicada em março do ano passado. Uma salva de palmas que eles merecem.
adriano.silva@abril.com.br