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Uma breve história dos samurais

Um estrito código de honra, disciplina ferrenha, serenidade diante da morte. Com você, os samurais.

Por Karen Gimenez
Atualizado em 9 mar 2018, 16h26 - Publicado em 31 dez 2001, 22h00

Domingo, 6h30. Enquanto as crianças da idade dele ainda estão sob as cobertas, o pequeno Daniel Yamamoto, de 7 anos, já está pronto para enfrentar duas horas de muita disciplina, manuseando seu shinai, uma espada de madeira, com a cabeça escondida sob o men, um elmo feito de resina e metal. Daniel maneja seu shinai em meio a um grupo de pessoas pelo menos 15 anos mais velhas que ele, em São Paulo. Ele é o mais jovem praticante brasileiro do kendô, arte marcial cuja origem remonta aos duelos medievais japoneses. As razões da sua disciplina extrapolam o gosto que ele possa ter pela prática. Daniel é descendente direto da linhagem Yamamoto, samurais que fizeram história na cidade de Akita, situada no norte do Japão.

Para entender como o sangue de samurai pode ainda pulsar nas veias de um garoto brasileiro rodeado de videogames e das facilidades do mundo moderno é preciso voltar pelo menos mil anos e mergulhar na Idade Média japonesa. O termo samurai, que significa “aquele que serve”, começou a ganhar importância no Japão por volta do ano 1100. O Japão medieval, um país agrícola e isolado do resto do mundo, estava dividido em propriedades rurais.

As disputas envolvendo a demarcação das terras e as brigas pelo poder aconteciam no dia-a-dia. O governo central era distante e a figura do imperador, mais divina que política. Como resultado, os donos de terra – os daimyô – acabaram criando exércitos particulares para defender seus domínios ou para empreender ataques às terras alheias. Esses pequenos exércitos particulares eram formados por samurais, guerreiros forjados na arte da luta de espadas. Além de proteger os feudos – chamados de “han” –, eles garantiam a ordem interna e deliberavam sobre algumas questões administrativas.

Nessa mesma época, no início do século XII, duas novas religiões – o zen budismo e o confucionismo – chegaram ao Japão e se misturaram ao xintoísmo, o credo original japonês. Os princípios do budismo e a filosofia de Confúcio começaram a influenciar o modo de vida japonês. Essa fusão de doutrinas foi fundamental na formação filosófica e espiritual dos samurais. “O xintoísmo pregava o amor à pátria e à família, o budismo propunha a auto-análise e a busca do caminho do meio e o confucionismo estabelecia os padrões de vida em sociedade”, diz Tadashi Tamaki, presidente da Confederação Brasileira de Kendô. O Bushidô, código de ética seguido pelos samurais, bebe nessa tríade filosófica. “O xintoísmo e o budismo se fundiram de tal forma que dividiam espaço no mesmo templo.

Até hoje é possível encontrar, no Japão, alguns templos com imagens e símbolos das duas crenças”, diz Leiko Gotoda. Ela foi a tradutora para o português de Musashi, romance sobre a vida do samurai mais famoso do Japão, lançado em 1999 no Brasil.

Apesar de seguirem as mesmas regras básicas, havia diferenças no estilo de luta entre os samurais de um feudo e outro – e até mesmo entre grupos dentro do mesmo feudo. Essas dessemelhanças acabaram gerando diferentes clãs de samurais. Se algum guerreiro de destaque desenvolvesse particularidades no seu estilo, ele fundava uma casa de samurais com o nome da sua família. Filho de samurai tinha que ser samurai – a sociedade japonesa era dividida em castas. Quem não nascia samurai podia tentar se tornar um, trabalhando como ordenança para os clãs em troca de um longo e árduo aprendizado.

Ao longo dos anos, os samurais foram ganhando espaço e importância e começaram a se aproximar da corte imperial. Até que, em 1192, o samurai Yoritomo Minamoto tornou-se o primeiro xogun – que significa “general” –, um militar escolhido para cuidar da administração e da segurança do país. Inicia-se aí o período dos Xogunatos, que manteria o Japão por mais de 700 anos sob o comando de três clãs. O cargo de xogun era vitalício e hereditário e podia ser conquistado pela força, desde que o imperador aprovasse a família vencedora.

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Nesse período, a casta dos samurais passou a ocupar o topo da hierarquia social no país, embora não fosse a mais rica. Havia poucos samurais abastados. Eles eram reconhecidos na rua por portarem duas espadas presas ao obi, a faixa que segurava o kimono. A mais longa, katana, tinha uma lâmina com 80 centímetros de comprimento e era usada para lutas em locais amplos. A menor, vakisashi, media entre 50 e 60 centímetros, conforme a estatura do samurai, e servia para lutas em espaços fechados. Mas a regra nem sempre se cumpria.

O período dos Xogunatos foi marcado por conflitos sangrentos. O objetivo do governo central, representado pelo xogun, era unificar o país. O dos daimyô era defender a sua independência em relação ao xogun. A maior batalha foi, provavelmente, a de Sekigahara, em 1600. Em seis horas de confronto, morreram 35000 homens só do lado derrotado.

A relação dos samurais com a morte merece uma análise à parte. Para eles, matar e morrer era tão corriqueiro quanto comer uma tigela de arroz. Eles estavam preparados para batalhas e duelos 24 horas por dia. O jornalista José Yamashiro afirma, em seu livro A História dos Samurais, que, na hora de lutar para defender o seu daimyô, “a vida do samurai era menos valiosa que a pena de uma ave”. Segundo o sociólogo Benedicto Ferri, autor de Japão, a Harmonia dos Contrários, “essa tranquilidade diante do fim da vida, um momento tão temido pelos ocidentais, vem do Bushidô”.

Desde que tinham a idade do pequeno Daniel, os samurais absorviam os conceitos budistas da impermanência e da reencarnação. Acreditando desde cedo que a morte não é o fim, mas apenas uma porta de passagem para uma nova fase da existência – que poderia ser atravessada a qualquer momento –, ficava mais simples encarar com galhardia o próprio fim.

Os padrões de conduta expressos no Bushidô também contribuíam para essa visão da morte como um evento natural. O código de honra dos samurais pedia motivos justos para que a morte acontecesse. Exigia que o momento derradeiro fosse vivido com honradez. E assegurava que não havia honra maior para um samurai que morrer defendendo o seu senhor ou a sua própria reputação. A familiaridade com a morte e a sua aceitação eram tão grandes que um samurai preferia se matar a ser preso pelo inimigo.

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O ritual do seppuku – também conhecido como harakiri –, era obrigatório quando o samurai cometia uma falha que manchasse o seu caráter. O Bushidô ensinava que a desonra é um mal que nunca cicatriza. O ritual era levado a cabo tanto para expiar um ato pessoal ou familiar vergonhoso quanto para que o samurai não servisse a mais ninguém quando o seu senhor morresse – a lealdade era um conceito caro aos guerreiros. O suicídio era tão litúrgico quanto a conduta em vida.

Realizava-se o seppuku com uma adaga. Ajoelhado, o samurai perfurava o próprio ventre e dilacerava-o em forma de L ou de cruz até as vísceras ficarem expostas. A exposição das vísceras simbolizava que ele estava mostrando a sua verdade, oferecendo o seu interior para ser purificado. Era uma morte extremamente dolorosa. Por isso, assim que as vísceras saíam do abdômen, outro samurai, escolhido pelo suicida, decepava-lhe a cabeça, como um golpe de misericórdia.

O padrão de conduta dos samurais foi reforçado no terceiro Xogunato, conhecido como Era Tokugawa, quando o Japão foi finalmente unificado. Ali os samurais viveram o seu auge e também a sua derrocada. Valorizados pelo desempenho nas batalhas de unificação, eles consolidaram a imagem de heróis valorosos e destemidos.

Ao mesmo tempo, com as reformas administrativas e o início da pacificação no país, a maioria deles perdeu o emprego. O que se viu foi uma grande quantidade de samurais peregrinando pelo país, à procura de um novo senhor ou então trabalhando temporariamente para diferentes senhores. Eram os chamados ronins. Sem recursos financeiros, vários clãs se desfizeram. Alguns guerreiros foram fazer outra coisa: trabalharam na reforma dos castelos, viraram calígrafos, escultores, mestres da cerimônia do chá.

Outros continuaram investindo na arte de guerra, e o número de duelos cresceu. Isso porque uma das formas de aperfeiçoar a própria arte era desafiar membros de outro clã. Funcionava assim: o samurai queria chamar a atenção de algum senhor. Então, chegava em um local onde havia uma casa famosa de artes marciais e desafiava seu líder para um duelo quase sempre mortal. Quem decidia se o perdedor ia morrer ou não era o vencedor. Ao vencer, o samurai começava a ganhar fama pelo país.

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O descendente direto da casa desafiada sentia a honra da sua família ofendida com o duelo perdido e desafiava o vencedor, criando assim uma sequência praticamente interminável de duelos entre famílias e linhagens. Em não muito tempo, os duelos foram severamente reprimidos pelo governo central. Sem guerras e sem poder duelar, os samurais começaram a escassear.

A Era Tokugawa e o Xogunato (governo militar feudal) acabaram em 1868, com a concentração do poder na família imperial e a abertura do Japão para o resto do mundo. Enquanto o país se modernizava rapidamente, alguns hábitos se pulverizavam. Tanto que o tirano Yoshinobu, ao ser derrotado, não praticou o seppuku para defender a própria honra. Pediu clemência e ganhou asilo em uma pequena província, onde se dedicou ao artesanato e à produção de bicicletas.

Com a abertura dos portos, começou a entrar no Japão uma grande quantidade de armas de fogo. O governo, já instalado em Tóquio, organizou um exército nacional institucionalizado. A espada já não tinha mais utilidade como arma de guerra. Nem os samurais tinham mais espaço como guerreiros. No início do século XX, eclodiram revoltas regionais de samurais, que viam sua classe ameaçada. Até que o governo declarou o fim da casta e proibiu que as pessoas andassem com espadas na rua.

Várias dessas espadas foram destruídas e outras, guardadas como objetos de adoração. Pouco mais de meio século depois, a tradição dos samurais sofreu novo e duro golpe. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial e a dominação americana, todas as armas do país foram confiscadas, inclusive as espadas de samurais que vinham sendo passadas de geração em geração durante séculos. Na década de 60, parte dessas espadas foram devolvidas às famílias. A maioria, no entanto, acabou sendo destruída.

A espada de Daniel, o jovem descendente de samurais, está guardada em Akita, sob os cuidados do avô. “Não havia motivo para trazê-la ao Brasil pois, antes do nascimento de Daniel, éramos quatro mulheres da família morando no país”, diz Yoshiko Yamamoto, tia do garoto. (E mulheres, seguindo um tipo de discriminação comum na cultura japonesa, não podem ser samurais.) Daniel garante que, quando crescer, vai ao Japão buscar a relíquia que lhe pertence. Palavra de samurai.

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Musashi, o maior de todos

Miyamoto Musashi (1584-1645) é o mais famoso samurai da história. Morreu há mais de três séculos e sua trajetória ainda é motivo de debates entre historiadores japoneses. Alguns o consideram um grande herói. Outros, um dos homens mais covardes que já nasceram no Japão. Sua história originou mais de uma dúzia de filmes e sua biografia romanceada foi lançada nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, os dois volumes da obra, totalizando 1 800 páginas, já venderam 72 000 exemplares.

“Musashi, durante a maior parte da sua vida, buscou a integração perfeita entre a arte da luta e o engrandecimento espiritual”, diz Leiko Gotoda, que trabalhou dez anos, por iniciativa própria, na tradução para o português da história do samurai. A saga mostra um exímio espadachim que aprendeu a arte da luta com sabres praticamente por conta própria. E que criou o estilo de lutar com duas espadas ao mesmo tempo.

Musashi participou da histórica batalha de Sekigahara e peregrinou mais de 30 anos pelo Japão vencendo duelos em busca da perfeita harmonia entre sua alma e sua espada. Musashi gera polêmica entre os japoneses por dois motivos. Um deles, a “sua falta de asseio”, diz Leiko. “Como ele nunca largava as espadas dizem que dificilmente trocava de roupa ou tomava banho.” E a higiene fazia parte da ética do samurai.

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Outro fato que condenaria Musashi é o famoso duelo do Pinheiro Solitário, quando ele matou o garoto Genjiro. Musashi havia desafiado Seijuro, o primogênito da casa Yoshioka, um famoso clã de samurais, que matara seu pai. Venceu o primeiro duelo, decepando o braço do desafiado. Com a honra da casa ofendida, um irmão de Seijuro desafiou Musashi. Perdeu o duelo e a vida. Ainda mais desonrada, a família Yoshioka desafiou Musashi para mais um duelo com o último herdeiro do clã, Genjiro, que era apenas um aprendiz de 13 anos. Alguns estudiosos japoneses acreditam que Musashi não agiu de acordo com o Bushidô.

Afirmam que ele deveria ter poupado a vida do garoto. Ou então, lutado, vencido e realizado o seppuku – suicídio com a própria lâmina – por tirar a vida de uma criança. Outros acham apenas que Musashi seguiu a tradição dos samurais ao aceitar o terceiro desafio contra o clã dos Yoshioka. Alguns métodos de Musashi, contestados na época, hoje são considerados sofisticadas estratégias de luta, como se atrasar para os duelos deixando o inimigo irritado e usar elementos da natureza a seu favor, cegando o oponente durante a luta ao colocá-lo de frente para o sol, por exemplo.

Recolhido a uma caverna para meditação, já perto do fim da vida, Musashi escreveu o Livro dos Cinco Anéis, com estratégias sobre como enfrentar o inimigo. Esse livro é usado atualmente em escolas de administração no mundo todo para ensinar táticas de competição empresarial. A obra dá conselhos sobre como controlar o tempo que vai durar a batalha, ver o que ninguém consegue enxergar, não tomar atitudes inúteis ao objetivo, estudar todos os caminhos possíveis e apurar a intuição.

O caminho da espada

No Japão feudal, a espada era cultuada como uma divindade. Sua forja levava meses e cumpria um minucioso ritual. Cada artesão responsável pela fabricação das lâminas assinava seu nome no cabo da espada. Eram trabalhos tão personalizados que reconhecia-se um sabre pelo estilo do forjador, como se reconhece um quadro ou uma escultura. Ao iniciar a confecção de uma espada, o artesão fechava o ateliê com uma corda de palha de arroz para afugentar os maus espíritos. Durante a forja, ele se abstinha de álcool e do contato com as mulheres.

Utilizava-se o minério de ferro, recolhido nas margens dos rios, como matéria-prima. Num primeiro momento, ele era misturado a folhas de pinheiro e fundido em placas, em fornos artesanais. Na verdade, obedecia-se a uma seqüência de processos de fundição que podiam durar semanas e que eram levados a cabo até o metal chegar ao ponto ideal para o início da confecção da lâmina. Considerava-se todo o processo como algo místico. A lâmina, um sanduíche de cinco camadas de metal, tinha a parte interna mais flexível, para facilitar o movimento,e o gume mais rígido, para apurar o corte. Prontas as lâminas, a espada ganhava um cabo de madeira nobre e muito leve, revestido com couro de arraia ou tubarão, cravejado de pedras preciosas e com desenhos feitos em ouro e prata. Cada espada tinha uma forma única e, apesar de todo o material empregado, era leve: pesava entre 1 e 2 quilos.

A busca de uma morte honrosa

O Bushidô, o código de ética dos samurais, tinha, para os guerreiros, mais força que as leis do Japão. Não é possível determinar o ponto exato no espaço e no tempo em que ele surgiu. O fato é que o Bushidô se espalhou por todo o país. Transmitido oralmente, todos os clãs de samurais o seguiam à risca. Para o Bushidô, o objetivo da vida de um samurai era uma morte honrosa. O espírito de um guerreiro valoroso tinha de estar constantemente preparado para morrer. Por isso, era preciso viver cada momento como se fosse o último. Tudo tinha de ser feito com o máximo empenho. E a morte deveria ter um significado, não podia ser inútil. O resultado é que os samurais ficaram conhecidos por jamais vacilarem diante do fim, nem mesmo nos momentos de maior perigo nos campos de batalha. Um samurai, rezava o Bushidô, devia estar preparado para vencer o inimigo sozinho, mesmo que esse fosse numeroso e as chances de vencê-lo fossem mínimas.

Ao receber um golpe mortal, dizia o Bushidô, o samurai não podia cair de bruços, em posição desonrosa, dando as costas para o inimigo. A posição do cadáver era uma questão de honra para o samurai. Ele deveria encarar o inimigo de frente, mesmo morto. O samurai, segundo o Bushidô, deveria basear sua vida ainda pelos seguintes preceitos: justiça, gratidão, coragem, compaixão, cortesia, sinceridade, honra e lealdade.

A arte da camuflagem

Os ninjas representam uma parte importante da história do Japão, apesar de a semente da sua arte estar na Índia. Enquanto o samurai fazia parte de um exército, o ninja operava como um espião. Era o anti-herói, aquele que aceitava o trabalho sujo por ser perito na arte da camuflagem e por resistir às condições mais adversas. A palavra ninja significa “pessoa resistente”. O período áureo dos ninjas foi a época de disputas acirradas entre os senhores feudais, antes da unificação do país – quando eles passaram a ser utilizados para espionar os estrangeiros que chegavam ao Japão. O domínio que os ninjas tinham sobre seu corpo e sua mente era tido como sobre-humano. Treinados desde criança, diz-se que conseguiam até controlar os batimentos cardíacos.

O lema dos ninjas era “jamais subestimar o inimigo, nunca vacilar em batalha nem temer o oponente”. Seu método era tornar-se invisíveis. Um bom ninja se infiltrava em território inimigo, descobria informações secretas, matava o rival e ainda semeava a discórdia. Diferentemente dos samurais, havia mulheres entre os ninjas. Além do manejo das armas, elas dominavam os segredos da sedução e realizavam seus intentos durante encontros amorosos. No cinema, a marca registrada do ninja é o traje negro. Esse era apenas um de seus disfarces. Mas os ninjas também se escondiam em árvores, subiam em paredes com extraordinária facilidade e ficavam horas imersos na água, graças a uma técnica que inventaram: a da respiração utilizando um pedaço de bambu.

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