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Novo método ajuda na reconstrução das cores de animais extintos

Existe um motivo para o T-Rex ser verde e o pterossauro ter um bico amarelo. E um novo estudo promete tornar mais fácil descobrir as cores de animais utilizando registros fósseis.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 2 out 2019, 19h01 - Publicado em 2 out 2019, 19h00

Você já parou para pensar em como os cientistas determinam a cor dos dinossauros? Ou de outros bichos extintos que ninguém nunca viu? Não tem muito segredo: para descobrir que o T-Rex era mais verdinho e o pterossauro alaranjado os pesquisadores fazem estudos de fósseis. Às vezes, em espécimes muito bem preservados, vestígios de penas e outras estruturas conseguem fornecer as cores exatas do animal. Na maioria dos casos, no entanto, os paleontólogos precisam desvendar um verdadeiro quebra-cabeça, associando o esqueleto fóssil com o de outras espécies existentes e avaliando o estilo de vida desses animais.

Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Paleontologia de Vertebrados da Universidade de Hong Kong avaliou todos os métodos de reconstrução de cores fósseis e propôs um usa sistematização deles, para melhorar os resultados atuais. “Avaliamos tudo o que sabemos sobre cores fósseis e modernas de animais e usamos esse conhecimento para propor uma estrutura e melhorar a maneira como reconstruiremos as cores fósseis no futuro”, afirma Michael Pittman, autor do estudo.

Segundo os pesquisadores, até agora não existe um método formalizado para isso porque cada fóssil é um fóssil: dependendo da preservação, os bichos guardaram menos ou mais amostras disponíveis para análise, como tecidos ou outras estruturas do corpo. Mas, os antropólogos propuseram um passo a passo que pode ser útil em todos os casos.

A primeira coisa é mapear as cores que já existem na amostra, se há algum padrão visível (listras ou pintas, por exemplo) ou algum indício claro de pigmento. Depois é o momento de buscar microestruturas nos tegumentos (tecidos), que geralmente usam cores à base de melanina, como preto, cinza e marrom, e podem ser identificadas com microscopia eletrônica.

Se nada com melanina for detectado, é o momento para usar técnicas de análise química de alta tecnologia e detectar biomarcadores de outros pigmentos (como carotenóides, porfirinas, pterinas e flavinas). Por fim, após essas detecções, é a hora de avaliar quais são as cores possíveis de acordo com as características físicas do animal, seu comportamento e o ambiente onde ele vive – fatores que influenciam na sua coloração.

Os cientistas dizem que o procedimento é bastante eficaz. “Este é o primeiro estudo que não apenas avalia criticamente os métodos atualmente disponíveis, mas também fornece uma estrutura confiável e repetível que abranja todos os sistemas de pigmentos dos vertebrados, não apenas a melanina”, afirma Pittman.

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