O mestre cyberpunk
O escritor americano popularizou o gênero cyberpunk, em cartaz nos cinemas até hoje.
Ingrid Tavares
O escritor americano Philip K. Dick fez a sua cabeça. Talvez você não o conheça nem tenha lido seus mais de 40 livros, mas deve ter visto os filmes inspirados em suas obras, como Blade Runner ou Minority Report. Sua nova herança, que estréia no Brasil no começo do ano que vem, é A Scanner Darkly (“O Homem Duplo”), uma animação filmada. Isso mesmo. Tudo foi filmado em digital; depois, duplicado, num processo trabalhoso chamado rotoscopia. No computador, todos os traços, das curvas do corpo às rugas do rosto, foram desenhados e, então, animados. A técnica consumiu US$ 5 milhões dos US$ 7 milhões do orçamento do filme. Esse cuidado tem um motivo: ser fiel à vida do autor. Na história, em que Keanu Reeves vive um policial que usa drogas do futuro e passa a ter dupla identidade, há um pouco de autobiografia. Philip Dick tinha alucinações desde adolescente. Quando conheceu as drogas, teve pirações esquizofrênicas – pensava que era perseguido pela CIA e pela KGB ao mesmo tempo. Também chegou a dividir sua identidade com um certo Thomas, cristão que era perseguido pelos romanos nos tempos de César. Misturando essas viagens com ficção científica mais o mundo de drogas da Califórnia, Dick popularizou o gênero cyberpunk, em cartaz nos cinemas até hoje.
Philip Dick e o cinema
Blade runner (1982)
O gênero cyberpunk nasceu em 1968 com o conto Os Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?, que virou Blade Runner, tido como o maior filme de ficção científica da história.
Vingador do Futuro (1990)
No ano de 2017, um chefe de família vivido por Arnold Schwarzenegger sonha em ser agente secreto em Marte. Ou seria um agente que resolveu apagar sua memória?
Minority Report (2002)
O que você faria se fosse acusado de um crime que não cometeu… ainda? O enredo do filme de Spielberg que custou US$ 130 milhões também veio de um conto de Dick.