O prêmio das bizarrices
Mas certamente a pesquisa dos cocos interessa mais ao povo de Papua Nova Guiné. O Ig Nobel premia todo ano as pesquisas mais esdrúxulas do mundo.
Denis Russo Burgierman
Exatos 2,5% dos pacientes do Hospital Provincial de Alotau, em Papua Nova Guiné, sofreram trauma causado por cocos. Se as frutas caem de uma altura de 24 a 35 metros, são aceleradas a 10 metros por segundo ao quadrado e pesam algo entre 1 e 4 quilos, temos que o impacto se dá com uma força de 1 tonelada. Jamais saberíamos de tudo isso se não fosse a exaustiva pesquisa “Contusões devidas a cocos cadentes”, de Peter Barss, da Universidade McGill, do Canadá, merecidíssimo vencedor do prêmio Ig Nobel de Medicina, em outubro passado. Verdade que a contribuição de Barss à ciência foi menor que a descoberta dos “reguladores chave do ciclo celular”, feita por Hartwell, Hunt e Nurse, que também ganharam um prêmio no mês passado (o Nobel de Medicina de 2001, já ouviu falar?). Mas certamente a pesquisa dos cocos interessa mais ao povo de Papua Nova Guiné. O Ig Nobel premia todo ano as pesquisas mais esdrúxulas do mundo. Veja ao lado alguns premiados.
And The Winner Is…
Física
David Schmidt, por solucionar o candente problema de por que as cortinas do box se dobram para dentro durante o banho.
Biologia
Buck Weimer, por criar uma cueca com um filtro que soluciona o terrível drama dos puns fedidos.
Astrofísica
Jack e Rexella van Impe, por chegarem à brilhante conclusão de que o inferno bíblico fica num buraco negro.
Saúde pública
Chittaranjan Andrade, por sua complexa pesquisa sobre rinotilexomania. Ou, em linguagem leiga, o ato de cutucar o nariz.