O que é o Reino Unido?
u nome completo é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte ¿ o que significa que, quando falamos em Grã-Bretanha, nos referimos apenas aos três países que compõem a ilha maior: Inglaterra, Escócia e Gales.
Alexandre Versignassi
(Gustavo Henrique de Aguiar Sarinha, Orobó, PE)
É uma nação muito peculiar, formada por quatro países e um regime que mistura monarquia constitucional e democracia parlamentarista. Seu nome completo é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte – o que significa que, quando falamos em Grã-Bretanha, nos referimos apenas aos três países que compõem a ilha maior: Inglaterra, Escócia e Gales. O centro político sempre foi a Inglaterra e, ainda hoje, dos 659 membros do Parlamento britânico, que legisla para os quatro territórios, 529 são ingleses. Depois de séculos de disputas e protestos, o governo permitiu, em 1999, que cada um tivesse, finalmente, sua própria Assembléia – mas o Parlamento central não perdeu seu poder.
É ele que continua ditando as regras em assuntos fundamentais como política econômica, previdência social e defesa. Para as assembléias regionais, sobram temas como transporte, saúde e habitação. A iniciativa, porém, não foi suficiente para acalmar todos os ânimos. No mês passado, a Assembléia da Irlanda do Norte foi fechada pela quarta vez em três anos porque um dos parlamentares foi acusado de roubar informações para o Exército Republicano Irlandês (IRA), movimento contrário à união com o Reino e famoso por seus atos de terrorismo. A Assembléia, assim como o país, é dividida: há os protestantes, que querem manter o casamento com Inglaterra, Escócia e Gales; e os católicos, que preferem o divórcio. Antes, toda a ilha irlandesa fazia parte do Reino Unido. Em 1922, ela declarou independência – mas não demorou a se dividir.
Territórios de maioria protestante continuaram com o Reino, sob o nome de Irlanda do Norte, e a convivência desse grupo com a minoria católica sempre foi conflituosa. Não que a união dos outros territórios tenha sido tranqüila. O sangue já escorria desde, pelo menos, o século V, quando anglos, saxões e jutos – povos bárbaros do Norte da Europa – invadiram a ilha britânica para formar a população chamada anglo-saxônica, ancestral dos atuais habitantes.
A Inglaterra só começou a se unificar no século X, sob o comando do rei Athelstan. A aliança de nobres formada nessa época começou a invadir a Irlanda a partir de 1166 e décadas depois, no século XIII, o rei Edward I arrasou os reinos que formavam o País de Gales, anexando-os à Inglaterra. Já a entrada da Escócia foi um pouco mais pacífica: como a rainha Elizabeth I (1533-1603) não deixou herdeiros, um parente seu, o rei da Escócia James Stewart (1566-1625), assumiu o trono vago, sem largar o antigo. A essa altura, os soberanos ingleses já eram chamados de “reis da Grã-Bretanha e Irlanda” e a união formal, sob o nome Reino Unido, foi oficializada em 1707.
O poder dos monarcas chegara, então, a seu ápice – mas logo começaria a ser progressivamente reduzido. Primeiro país a adotar algo parecido com uma constituição (a Carta Magna, de 1215), a Inglaterra começou a ter um parlamento no final do século XIII e esse sistema de representação foi limitando, cada vez mais, a atuação da família real. A partir de 1721, a figura política mais poderosa passou a ser o líder do maior partido na Assembléia – o primeiro-ministro – e assim continua até hoje.
Herança imperial
Um quarto do planeta continua ligado ao Reino Unido
A expansão do Império Britânico, o maior da Era Colonial, começou no século XVII. Duzentos anos depois, a Grã-Bretanha, ilha do tamanho do estado de São Paulo, dominava um quarto das terras do planeta. Os movimentos de independência puseram um fim a essa ocupação na primeira metade do século XX, mas a maioria das ex-colônias aceitou o convite de permanecerem associadas ao Reino Unido, na chamada Commonwealth (“Riqueza Comum”, em inglês), ou Comunidade Britânica. Criada em 1931, ela é formada por 54 nações, somando hoje 1,7 bilhão de pessoas. Os países membros – entre eles, potências como Canadá, Austrália e Índia – desenvolvem sistemas de educação e justiça semelhantes, além de obterem facilidades em acordos comerciais e investimentos.
Um exemplo é o programa de exportação de técnicos e professores dos países ricos para os mais pobres.
Símbolo da união
A Royal Coat of Arms (“Capa Real de Armas”) identifica o soberano do Reino Unido. Seu nome vem das capas dos cavaleiros medievais, ornadas com brasões semelhantes.
O leão é um antigo símbolo da Inglaterra e o unicórnio, da Escócia. A Irlanda é representada pela harpa, no escudo central, onde está outro símbolo escocês, o leão vermelho.
O trio de leões simboliza a Inglaterra e surge duas vezes, para mostrar quem manda. O País de Gales nem aparece, pois nunca foi um reino, apenas um principado inglês. A frase “Deus e meu direito” está em francês porque essa era a língua dos nobres ingleses durante parte da Idade Média (eles descendiam de franceses normandos, que dominaram a Inglaterra em 1066). O lema foi criado pelo rei Richard I (1157-1199), o Ricardo Coração de Leão das histórias de Robin Hood, justamente em uma batalha contra a França.
Quatro países em uma ilha e meia
Cada uma dasnações do Reino Unido tem sua própria capital
A PEQUENA BRETANHA
Não confunda a Bretanha, esta região no norte da França, com a Grã-Bretanha, a ilha onde ficam Inglaterra, Escócia e Gales. O lugar recebeu esse nome depois que os bretões, povo de origem celta natural da ilha acima, fugiu dos invasores anglo-saxões, no século V, migrando para lá. O local já era habitado por outros povos celtas centenas de anos antes
A bandeira do Reino Unido é formada pela fusão das três bandeiras abaixo
A bandeira da Inglaterra traz a Cruz de São Jorge, padroeiro do país
A bandeira da Escócia traz a Cruz de Santo André, seu padroeiro
A bandeira da Irlanda traz a Cruz de São Patrício, seu padroeiro