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O que pode dizer a múmia do gelo?

A múmia da Idade do Bronze descoberta em montanha da Áustria dará muitas informações aos arqueólogos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h22 - Publicado em 31 out 1991, 22h00

Arqueólogos são cientistas acostumados a extrair leite de pedras: para eles o desgaste de um dente pode revelar se um fóssil pertence a um animal vegetariano ou carnívoro. É de se esperar, portanto, uma quantidade colossal de informações a partir dos exames que estão sendo realizados não num fóssil, mas em um homem mumificado de 4000 anos, descoberto em setembro por dois alpinistas, durante uma escalada nas montanhas do Tirol, no sudoeste da Áustria. O machado ao lado da múmia indica que o individuo viveu na Idade do Bronze, quando o homem aprendeu a usar o metal.

Existem poucos dados sobre esse período da história na Europa, enquanto no Egito havia ate múmias de faraós. Por isso, algumas pessoas comemoravam, talvez precitadamente, a descoberta do homem congelado como a mais importante revelação arqueológica dos últimos tempos. “Sua importância é mais por estar o corpo inteiro, conservado pelo gelo, por que ser da idade do bronze”, adverte a arqueóloga Silvia Maranca, já se encontraram ósseos e instrumentos pertencentes a esse período na Europa e cada peça, por menor que fosse, ajudou a montar o quebra-cabeça do passado. “É claro que um corpo íntegro pode trazer uma quantidade maior de respostas” admite Sílvia. Graças à pressão das geleiras, esse corpo se transformou em um material ceroso.

Os primeiros exames na múmia revelaram que se tratava de um homem entre 25 e 35 anos, trajando roupas de couro e lã, apropriadas para escalar os Alpes. Os europeus da Idade do bronze exploravam os minérios das montanhas. A autopsia, que utilizou ate tomógrafo computadorizado, deve revelar a causa da morte desse provável explorador. Mas do que isso, dará informações sobre sua saúde e ate sobre sua ultima refeição. A partir da analise do DNA de suas células, os cientistas esperam conhecer as linhagens genéticas dos europeus. Afinal, ate então, a múmia européia mais antiga era a do homem de Lindow, encontrado na Inglaterra, com 2000 anos, ou seja, metade da idade do homem doa Alpes.

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