Sérgio Gwercman
O Leandro Narloch é um cara que nos enche de orgulho. Não faz muito tempo, ele estava sentado conosco na redação, editando matérias, apurando reportagens, contando piadas durante o almoço. E, sempre, tendo ideias criativas. Como um livro que ele passou quase 3 anos prometendo escrever – chamava-se “a história politicamente incorreta do Brasil”. Leandro queria mostrar a fragilidade de alguns conceitos que aprendemos na escola. No final do ano passado, o livro finalmente saiu do plano das ideias para o plano das impressões gráficas. E dali para a lista dos mais vendidos: é um dos maiores sucessos literários do país em 2010.
Foi para o Leandro que entregamos nossa reportagem de capa deste mês. Além do prazer em tê-lo de volta às nossas páginas, foi ótimo contar com um repórter que não se deixa enganar por falsas verdades – aquelas ideias que fazem tanto sentido, são tão boas, que até parecem reais. Por exemplo: sempre ouvimos que a culpa pelo subdesenvolvimento do Brasil é dos portugueses. Eles implantaram aqui um sistema que sugou todas as nossas riquezas e nos impediu de construir uma economia robusta. Essa é uma história que você escutou centenas de vezes. E nunca teve razões para duvidar: a explicação faz sentido e os motivos todos parecem se encaixar. A verdade, porém, é mais complexa (como, aliás, as verdades sempre costumam ser). Você vai entendê-la a partir da pág. 56.
Nossa capa é só mais uma amostra da enorme distância que existe entre formular uma ideia que faz bastante sentido e ser capaz de prová-la. É essa comprovação que buscamos aqui na Super. Trabalhamos com as dúvidas e os fatos: nenhuma ideia é absolutamente verdadeira se não puder ser verificada. E a regra vale para todos – cientistas, inclusive. Nesta edição nós também deixamos perguntas para eles: se a maioria dos pesquisadores não acredita em ET, reencarnação ou Deus, por que então ninguém consegue provar que eles não existem? As respostas dos cientistas começam na pág. 76. E a gente promete continuar perguntando até encontrar uma explicação que satisfaça você.
Um grande abraço.