Rãs de cuecas
Entre os séculos XVII e XVIII surgiram vários estudos sobre a reprodução das espécies. Mas, para os cientistas da época, o esperma do macho era um reles coadjuvante no processo. Ele no máximo detonaria o crescimento de um embrião já existente no óvulo da fêmea, liberando cheiros fortes e vapores. Quem desfez a confusão foi o fisiologista italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799). Em 1770, ele próprio costurou cuecas de couro preto sob medida para rãs. A vestimenta retinha o esperma dos machos que tentavam fecundar as fêmeas. Com essas amostras, o cientista realizou a primeira fecundação artificial. Nos cinco anos seguintes, Spallanzani tentou fecundar outras rãs com várias substâncias com cheiro forte. Testou desde suco de laranja até essência de açafrão. E concluiu que nada, a não ser o esperma, causava a reprodução. E não bastava o esperma estar por perto, liberando supostos odores, mas era preciso o contato direto entre ele e o óvulo.