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Rosto de homem medieval é reconstruído a partir de crânio de 600 anos

O esqueleto foi achado em Aberdeen, na Escócia, e seu modelo digital chamou atenção pela sua aparência, digamos, peculiar. Entenda.

Por Rafael Battaglia
25 out 2019, 18h51

Aberdeen é uma cidade litorânea localizada na costa leste da Escócia e que guarda uma história interessante – mais especificamente, um caso que aconteceu em um de seus museus.

Fundada em 1885, a Galeria de Arte de Aberdeen foi construída no local onde funcionava um antigo mosteiro dominicano. O convento e a igreja que funcionavam ali datam do início do século 13, mas foram destruídos em 1560.

O museu foi fechado em 2015 para expansão – e é aqui que a história começa. Durante as escavações na área externa, os trabalhadores encontraram uma pequena construção de tijolos. No seu interior, três caixões com centenas de ossos humanos.

As obras, então, foram interrompidas, para que uma equipe de arqueólogos pudessem explorar a descoberta. No total, 60 esqueletos completos foram encontrados em Aberdeen – cerca de 4 mil fragmentos no total.

Destes 60, um deles foi escolhido pela AOC Archaeology (empresa de arqueologia que trabalhou no local) para um processo de reconstrução facial: é o SK-125. A imagem abaixo mostra o seu crânio, usado como base para o modelo reconstruído:

SI_Aberdeen_1
(AOC Archaeology Group/Reprodução)
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O SK vem de “skeleton” (“esqueleto”, em inglês), e ele foi escolhido devido ao seu alto grau de conservação – o que facilitaria o trabalho de recriar os tecidos musculares. Abaixo, o modelo digital do rosto, feito pelo artista forense Harry Fischer:

SI_Aberdeen_2
(AOC Archaeology Group/Reprodução)

Quem foi SK-125?

O SK-125 viveu 600 anos atrás. Morreu por volta dos 46 anos de idade e sua altura (entre 1,59m e 1,66m) era menor que a média dos homens escoceses da época.

Porém, há algo em seu rosto que chama a atenção, não? Os olhos próximos uns dos outros, a boca extremamente pequena… Tudo isso faz parecer que algo de errado aconteceu na hora da reconstrução.

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Acontece que o SK-125, ao que tudo indica, sofria de uma síndrome congênita. Os especialistas que o analisaram apontaram para essa condição com base nos indícios do seu crânio: ele tinha graves problemas nas costas, articulações e boca.

Como as imagens mostram, o homem quase não tinha dentes em sua mandíbula e, como a higiene bucal era quase inexistente, o pobre SK desenvolveu problemas crônicos de gengivite, cáries e abcessos.

Quase todos os esqueletos encontrados em Aberdeen pertenceram a adultos entre 18 e 46 anos com algum tipo de problema nos dentes. O trabalho de análise dos pesquisadores consiste em descobrir detalhes sobre o tipo de pessoas enterradas ali, como idade, sexo, saúde e estilo de vida.

A Galeria de Arte será reaberta neste sábado (26), mas os cientistas ainda examinarão outros itens encontrados nas escavações: ossos de animais, acessórios para caixões, ornamentos pessoais e pedaços de cerâmica e vidro.

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O SK-125 pode não ser a reconstrução mais bonita que você já viu, mas ele tem o seu valor: vai ajudar a contar a história de quem viveu ali séculos atrás.

 

 

 

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