Eles não eram tão bonzinhos quanto Panoramix, o mago que prepara a poção da força para os gauleses nas histórias em quadrinhos Asterix, o Gaulês. “Consta que faziam julgamentos, decretavam penas e até promoviam sacrifícios humanos entre os celtas”, diz o historiador Edgard Leite, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Esse povo habitou a Europa ocidental até ser dominado pelos romanos, no século I a.C. Os druidas eram seus sacerdotes. A principal fonte de informações sobre eles é o imperador romano Júlio César. Segundo César, alguns tinham muito prestígio e eram considerados intermediários entre o mundo dos deuses e o dos homens. Suas reuniões, cercadas de mistério, aconteciam nas florestas. Ali trocavam saberes.
Os romanos, e mais tarde os cristãos, os combateram vigorosamente. Na Gália, eles foram dizimados nos primeiros anos de nossa era.
Na Irlanda, mais ou menos na mesma época, perderam suas funções religiosas e viraram poetas, historiadores ou juízes. Mas Edgard Leite acredita que a tradição céltica não se perdeu totalmente após a cristianização. “Uma prova disso é a presença do druida Merlin na saga britânica do Rei Arthur, personagem lendário que teria vivido entre os séculos V e VI.”