Em 10 de março de 1977, o planeta Urano passou, em órbita, diante de uma estrela pouco brilhante da Constelação de Libra. Da Terra, o eclipse foi observado pelo astrônomo americano James L. Elliot, hoje com 56 anos, com um telescópio instalado a bordo de um avião. Seu objetivo era descobrir a composição da atmosfera de Urano. Quando a estrela fosse ocultada, a variação da luminosidade forneceria pistas sobre os gases existentes no planeta. Só que, antes de Urano tapar a estrela, surpreendentemente, sua luz diminuiu e aumentou várias vezes. Enquanto o planeta saía da frente do astro, as mesmas variações aconteceram. Elliot percebeu que o fenômeno era causado por finos anéis concêntricos de partículas que giram em torno de Urano (foto), opacos o bastante para obscurecer a estrela. Com a descoberta, publicada no mesmo ano na revista Nature, Saturno perdeu a distinção de ser o único planeta do Sistema Solar com anéis. Em 1986, quando a sonda Voyager 2 visitou Urano, a observação de Elliot foi comprovada e fotografada.