A epidemia dos veadinhos
Ar puro, rios transparentes, passarinhos e veados em liberdade ¿ tudo isso é muito bonito, mas a natureza está longe de ser o paraíso.
Ar puro, rios transparentes, passarinhos e veados em liberdade – tudo isso é muito bonito, mas a natureza está longe de ser o paraíso. A vida selvagem também está repleta de armadilhas perigosas, como revela, em ritmo de suspense, o livro Biography of a Germ (Biografia de um Germe), que o escritor americano Arno Karlen lançou, em maio, nos Estados Unidos. Ele conta a história sombria da bactéria Borrelia burgdorferi, que proliferou e criou uma epidemia nos anos 70, graças justamente ao esforço para preservar a fauna e a flora na região nordeste dos Estados Unidos. A bactéria causa o Mal de Lyman, responsável por danos neurológicos e cardíacos. Seu hábitat é um labirinto: ela mora no intestino de um carrapato que põe seus ovos em ratos do campo; e as larvas resultantes, depois de adultas, migram para o couro dos veados, onde engordam e acasalam. A bactéria geralmente entra nesse ciclo quando a larva do carrapato pica o rato. E passa para os humanos quando o carrapato dos veados – muito abundantes devido à preservação – pica moradores e visitantes das áreas rurais. Resumo: os urbanóides podem não ter os privilégios de quem vive no campo, mas também não precisam se preocupar com a vacinação, que hoje controla a doença nos Estados Unidos.