Ações do homem: a quantas anda o planeta
Um check-up na Terra denuncia a deterioração de seus recursos naturais. Mas também traz sinais positivos: o homem está produzindo cada vez mais energia limpa e menos CFC, o maior responsável pelo buraco de ozônio.
Erosão
Em 1995, 669 milhões de hectares foram plantados, muito menos do que o recorde de 1981 (732 milhões de hectares). A perda se deveu, principalmente nos EUA, à erosão, desgaste que o solo desmatado sofre com a ação do vento e da chuva.
Gás carbônico
A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento lançam cerca de 6 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera a cada ano, o que vem sendo associado a um aquecimento da Terra. O maior emissor é os EUA, com 5,26 toneladas por pessoa em 1994.
Extinções
As espécies estão desaparecendo muito mais rapidamente do que em qualquer outra época. De 135 tipos de pássaros do Havaí, 101 estão quase extintos e outros 24 são raros ou estão ameaçados.
População
A taxa de crescimento populacional do mundo vem caindo. Era de 2% em 1970 e agora é de 1,6%. Mesmo assim, cerca de 90 milhões de pessoas nascem todo ano. Apenas trinta países – 14% da humanidade – têm populações que quase não aumentam. China e EUA crescem 1% ao ano.
Buraco de Ozônio
O rombo na camada de proteção da Terra contra os raios ultravioleta cresceu de 5,7 milhões de quilômetros quadrados, em 1985, para 14 milhões, em 1995. Isso apesar da redução de 77% na produção do gás CFC, o principal agressor do ozônio, entre 1988 e 1994.
Poluição radioativa
Cerca de 130 000 toneladas de lixo nuclear estão estocadas em vários países, boa parte nos EUA.
Menos chumbo
A quantidade de chumbo adicionada à gasolina caiu 75% desde 1970. Brasil, Japão e Coréia do Sul aboliram totalmente o chumbo, mas muitos outros países ainda o usam, prejudicando a saúde de seus habitantes. Dos EUA à Nigéria.
Poluição no Ártico
Nem os ursos polares estão seguros contra os efeitos da poluição. Já foram encontradas em seus tecidos taxas consideráveis de pesticidas.
Alta temperatura
O aumento de emissão de gases na atmosfera coincide com um aumento médio na temperatura global de 0,6 grau Celsius nos últimos seis anos. Entre outras conseqüências, teme-se que a alta na temperatura marinha aumente o poder destrutivo de furacões como os que costumam passar pelos EUA.
Florestas tropicais
Só nos anos 80, o mundo perdeu cerca de 8% de suas florestas tropicais. Boa parte desse total virou pasto no Brasil. Atualmente, a taxa anual de desmatamento na Amazônia é de 0,8%.
Carros
Em 1950, a Terra tinha 2,6 bilhões de habitantes e 50 milhões de carros. Hoje, o número de pessoas mais que dobrou mas o de carros decuplicou. São 500 milhões. No Brasil, a produção cresceu 40% entre 1992 e 1994. A previsão é de que haverá 1 bilhão de automóveis no planeta daqui a 25 anos.
Pesca
Desde 1950, o consumo de pescado quadruplicou. Das quinze maiores áreas de pesca oceânica do mundo, treze estão em declínio. Estudos sugerem que a redução das populações de peixes não é fatal. Se pescarmos menos, elas se recomporão. Mas, durante algum tempo, teremos menos comida.
Destruição de habitats
A construção de barragens, as queimadas, a agricultura e diversas outras atividades humanas estão destruindo habitats de animais. Elefantes, leões, girafas e outros bichos de grande porte, por exemplo, perderam, desde 1920, metade de sua casa na Planície de Serengeti, na Tanzânia.
Florestas setentrionais
As florestas, que no passado já ocuparam de 80 a 90% da Europa, agora representam apenas 33% da cobertura vegetal. E o que resta está morrendo. Atualmente, 24% das árvores do continente europeu estão comprometidas.
Água subterrânea
A falta d’água já afeta 26 países. Muitos, como a Arábia Saudita, estão acabando com as reservas subterrâneas, que não são repostas pelas chuvas. Nesse ritmo, podem secar suas fontes em cinqüenta anos.
Energia alternativa
A geração de energia utilizando a força dos ventos representa 0,1% da produção mundial de eletricidade, mas cresceu 22% em 1994. A produção de células capazes de gerar energia solar cresceu mais de 50% entre 1990 e 1994. Nesta década, 20 000 lares do Quênia foram eletrificados com essas células, contra 17 000 conectados à rede elétrica normal.
Saúde na gangorra
A varíola foi erradicada em 1979. A pólio e o sarampo estão praticamente banidos. Em compensação, a tuberculose, que parecia sob controle, atacou 8,8 milhões de indivíduos em 1994 e o HIV já infectou mais de 20 milhões, a maioria na África.
Refugiados ecológicos
É um novo conceito. Somente da região do Mar Aral, na Rússia, que já foi o quarto maior lago interior do mundo e hoje está praticamente seco, saíram 28 000 pessoas. Lá, nos anos 50, pescava-se 44 mil toneladas anuais de peixe. Hoje não se pesca nada.
Rios
Drenagens fazem rios, como o Amarelo, na China, e o Colorado, nos EUA, secarem bem antes de chegar ao mar. Águas fluviais estão virando artigo tão disputado que, teme-se, provoquem guerras no futuro. Bangladesh já protesta contra o uso excessivo do Rio Ganges, feito pela Índia.
Nível do mar
Neste século, o nível do mar subiu de 20 a 40 centímetros, provavelmente por causa do aquecimento global. Cientistas acreditam que nos próximos 100 anos essa tendência vai ameaçar comunidades costeiras, estuários e reservatórios de água. Projeções indicam que boa parte da área metropolitana de Jacarta, Indonésia, ficará debaixo d’água.
Salinização
Terras irrigadas artificialmente representam 16% do solo arável mas produzem 40% da comida do planeta. Cerca de 10% delas (25 milhões de hectares) estão comprometidos pela salinização. O problema se expande por cerca de 2 milhões de hectares a cada ano, boa parte no Oriente Médio.
Comida
Embora a população mundial venha crescendo à taxa de 1,6% ao ano, a produção mundial de grãos de 1995 – 1,69 bilhão de toneladas – ficou 5% abaixo da registrada em 1990, a maior de todos os tempos. A China, que exportou 8 milhões de toneladas de grãos em 1994, teve que importar 16 milhões em 1995.
Nível do mar
Neste século, o nível do mar subiu de 20 a 40 centímetros, provavelmente por causa do aquecimento global. Cientistas acreditam que nos próximos 100 anos essa tendência vai ameaçar comunidades costeiras, estuários e reservatórios de água. Projeções indicam que boa parte da área metropolitana de Jacarta, Indonésia, ficará debaixo d’água.