Árvores da Tasmânia exibem a prova do calor
Cientistas norte-americanos e australianos pesquisaram árvores na Tasmânia e concluíram que o aquecimento da Terra está cada vez mais rápido e elevado.
Duas dúzias de pinheiros muito antigos, fincados numa remota encosta do noroeste da Tasmânia, ilha no Oceano Índico ao sul da Austrália, acabam de fornecer mais um indício de que o efeito estufa – o aquecimento global provocado pelo homem – não é uma invenção de ecologistas radicais. A terra parece estar ficando quente, sim, e em ritmo acelerado. Estudando os nódulos nos troncos daquelas velhas árvores da espécie lagarostrobus franklinii, cientistas de instituições australianas e americanas puderam compilar um registro climático de 1089 anos, o mais extenso do Hemisfério Sul. Isso lhes permitiu concluir que a partir de 1965 a temperatura passou a subir mais depressa do que em qualquer outra época desde o ano 900.
A pesquisa estabeleceu uma estreita correlação entre a espessura dos nódulos que se formam nas árvores e as variações na temperatura. Mais calor, como se sabe, apressa o crescimento das árvores, o que se traduz em nódulos mais largos. Por esse indicador, os pesquisadores deduziram que, em todo o milênio, os maiores nódulos datam dos últimos 25 anos. Cautelosos por dever de ofício. Os cientistas não excluem que o salto nos termômetros seja mera variação natural, como tantas outras já ocorridas. De todo modo, observa o australiano Roger Francey, “é significativo que o efeito atual da temperatura sobre os pinheiros seja maior do que o resultante de mudanças climáticas naturais, como o calor anormal no século XII e o frio anormal do século XVII”.